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domingo, 22 de dezembro de 2024
Eleições 2022

Mendanha insiste em estratégia de vincular Marconi e Caiado

Especialista explica que estratégia se resume à tentativa de figurar como candidato “diferente” na disputa que se aproxima

Postado em 2 de setembro de 2022 por Izadora Resende

O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia e candidato ao governo de Goiás, Gustavo Mendanha (Patriota) continua tentando colocar o ex-governador do Estado e candidato ao senado Marconi Perillo (PSDB) como aliado de Ronaldo Caiado (União Brasil), candidato à reeleição. Assim como revelado pelo jornalista Wilson Silvestre na coluna Xadrez, do Jornal O Hoje, a tentativa de Mendanha é de conseguir estabelecer um sinal de bandeira branca entre Caiado e Perillo, dando força ao movimento ‘ROMA’. 

Nos bastidores, Gustavo Mendanha esnobou apoio de Marconi Perillo, que atendendo ao pedido da cúpula do PSDB, se lançou candidato ao governo de Goiás. Quando Perillo desistiu da candidatura, ele era considerado o principal oponente de Ronaldo Caiado, tanto é que, segundo interlocutores do governador, o planejamento para um possível cenário de segundo turno era com Perillo, não Mendanha. 

Ao anunciar que sairia ao senado, Perillo liberou toda a militância do PSDB para votar no candidato ao governo que quisesse – vale salientar que Caiado já fora do PSDB, então tem mais identidade com o grupo que Mendanha. 

A Associação Goiana de ex-prefeitos e ex-vice-prefeitos que apoiavam Marconi ao governo, migrou, em sua maioria, para apoiar Mendanha, mas outra parte seguiu para auxiliar Caiado.Contudo, o foco deste grupo é eleger Marconi ao senado. 

Assim sendo, algumas lideranças começaram a dizer que existia uma sinalização de bandeira branca entre Caiado e Marconi, que se detiveram nas críticas mais contundentes, e passaram a dividir apoiadores – Caiado ao governo e Marconi ao senado. Assim nasceu o movimento ‘ROMA’.

Para o cientista político Guilherme Carvalho, o objetivo de todos os candidatos envolvidos nessa dança de apoios e troca de favores, é um só: se elegerem. “Esse movimento de aliados do Marconi e do Caiado em comum, mostra que é uma eleição que as pessoas estão esquecendo as rixas do passado, as fronteiras partidárias, em nome de conseguir votos e dividir bases e lideranças para conseguir se eleger”, ponderou.

E agora?

Essa movimentação de Mendanha não é para atingir o ex-governador, mas sim Caiado, que é o adversário legítimo neste pleito. O ex-prefeito quer tentar arrastar as eleições ao governo do estado para o segundo turno. Esta possibilidade se concretizando, a disputa tende a ser mais dispendiosa, tanto financeiramente quanto em capital político, ao passo que Caiado conta com o apoio legítimo e declarado de aproximadamente 230 prefeitos dos municípios goianos.  

Contudo, conforme apurado pelo jornalista Felipe Cardoso, fontes próximas a Marconi citam o “desdém” do ex-prefeito de Aparecida em relação ao nome de Marconi e atestam que isso certamente “custará caro” à campanha mendanhista, que poderia tê-lo como aliado.

Guilherme pontuou que a tentativa de Mendanha é de se projetar como diferente de Caiado e Marconi, mas que vê o candidato trabalhando ainda de forma abalhoada, transmitindo uma mensagem turva, de pouco lastro. “Essa não é uma imagem que dá para colar muito bem, pois todos sabem que há pouco tempo ele estava negociando aliança com o Marconi. Essa eleição, em específico, se tornou uma espécie de ‘vale tudo’. Ele tenta se diferenciar, tenta abrir alguma espécie de rixa com o Marconi também, mas não tem vida longa esse argumento dele”, destacou. 

Marconi tende a caminhar com Lula no cenário nacional, enquanto Mendanha deve fazer palanque para Bolsonaro caso a disputa se estenda para além do dia 2 de outubro, o que inviabilizaria ainda mais o abraço de Perillo à candidatura mendanhista. Já Caiado, por ter tido desavenças com Bolsonaro, certamente não o apoiará. Contudo, não vai andar ao lado de Lula. O governador, nesta situação, certamente permanecerá neutro.

O jogo político segue se movimentando, mas uma verdade não pode ser negada: Caiado tende a precisar do suporte marconista junto ao governo federal e Marconi certamente precisará do braço amigo do estado para reconstruir seu projeto rumo à cadeira do Palácio das Esmeraldas em 2026.

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