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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Desistência pressentida

Suposto recuo de Vilmar tem como pano de fundo tentativa de fortalecimento da base

Em paralelo aos rumores que alimentam ideia de uma terceira desistência do PSD, interlocutores e o próprio candidato negam qualquer possibilidade

Postado em 2 de setembro de 2022 por Felipe Cardoso

As conversas registradas nos bastidores do cenário político goiano apontam para uma possível surpresa. Trata-se da suposta desistência do presidente do PSD goiano, Vilmar Rocha, que figura como um dos candidatos da base caiadista na corrida pelo Senado. 

Segundo entusiastas dessa ideia, a suposta desistência de Rocha está associada a alguns fatores importantes. A começar pela pulverização dos candidatos da base caiadista. Isso porque, como já mostrado pela reportagem, o governador firmou o taco e não deve mesmo apoiar um único nome na corrida.

Com isso, o principal favorecido é seu adversário histórico, Marconi Perillo (PSDB), que, inclusive, figura como favorito na corrida ao Senado em todas as pesquisas de intenção de voto. Havendo mais de um nome como candidato da base, os votos acabam divididos. 

A leitura de alguns players é que Caiado, ao lavar as mãos e não apoiar nenhum dos nomes disponíveis, abriu alas para Marconi nadar de braçada rumo à Casa Alta. Ao se abster de escolher um candidato, o governador terminou pulverizando os votos. E o  dito “apoio mútuo” batizado de movimento ROMA passa por aí. 

Apesar de ambos os lados negarem qualquer proximidade, a possibilidade de desistência de Vilmar tem sido associada — por aqueles que acreditam — à tentativa de fortalecer os nomes que restaram na briga pela única cadeira pela base, ou seja, Delegado Waldir (UB) e Alexandre Baldy (PP). 

Outro ponto comentado e digno de destaque é que Vilmar teria queimado largada ao se lançar na disputa. Vale lembrar, o PSD trocou por três vezes o nome do partido ao Senado. O primeiro a se aventurar na disputa foi Henrique Meirelles, que terminou substituído por Lissauer Vieira. O segundo, uma vez fora da disputa, deu lugar a Vilmar que, em relação aos demais nomes, saiu em desvantagem quando o assunto é pedir votos pelos quatro cantos do estado. 

Mas…

A reportagem conversou com lideranças de estreito relacionamento com Vilmar. Estes, porém, dizem não passar de um boato plantado na tentativa de prejudicar o candidato. “Estão tentando sacanear o Vilmar. Todos sabem: ele não pode recuar. Até porque isso prejudicaria a nominata de deputados estaduais e federais que o partido trabalha para eleger. Plantaram que ele vai desistir na tentativa de fortalecer os próprios nomes da base”, explicou, em off, um dos consultados.

Um outro detalhe ressaltado por uma das fontes, é que, ainda que Vilmar perca as eleições, sairá maior do que entrou. “Ele tem um capital significativo da campanha anterior”, argumentou. Vale lembrar: em 2014 Vilmar perdeu a eleição, mas somou mais de 1 milhão de votos nas urnas. Sobre o assunto, o próprio candidato negou que avalie desistir da disputa ao comentar o assunto em entrevista à imprensa local. 

Números

O levantamento mais recente, é do Goiás Pesquisas e foi contratado pelo portal Mais Goiás. Em relação ao Senado, os números mostram Marconi Perillo e delegado Waldir empatados, respectivamente, com 16,93% e 16,81%. Depois vem Wilder Morais (PL) com 14,37% e Alexandre Baldy (PP) com 12,91%. Completam a lista: João Campos (Republicanos), com 6,21%; Leonardo Rizzo (Novo), com 5,72%; Denise Carvalho (PCdoB), 3,78%; Vilmar Rocha (PSD), com 2,68%; Antônio Paixão (PCO), com 1,22%; e Manu Jacob (PSOL), com 0,97%. Brancos e nulos foram 7,92% e 10,48% não souberam responder. Os registros no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) são: BR-07387/2022 e GO-05238/2022.

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