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domingo, 22 de dezembro de 2024
Cenário

Direita perde a batalha, mas não a guerra, e já tem nomes para 2026

A direita pode até ter perdido a batalha pelo Executivo federal, mas a guerra claramente não

Postado em 7 de novembro de 2022 por Francisco Costa

A direita pode até ter perdido a batalha [do Executivo], mas a guerra claramente não. Até porquê, a disputa, dentro do campo democrático, é constante e eterna e nenhum dos espectros tende a ser suprimido. O presidente não reeleito Jair Bolsonaro (PL) teve 58,2 milhões de votos, cerca de 2,1 milhão a menos que o Luiz Inácio Lula da Silva.

Os manifestos antidemocráticos que ocorrem desde a derrota – a vitória de Lula foi legitimada pelas instituições brasileiras – demonstram o acirramento e propensão à manutenção da direita nos anos vindouros. É preciso saber, contudo, se a direita se manterá forte e unida sem um comandante no Executivo federal e quem serão os líderes do campo e possíveis nomes de 2026. 

Doutor em Ciências Políticas, o professor Robert Bonifácio acredita que Bolsonaro e seus familiares (os filhos Eduardo [deputado], Carlos [vereador do Rio] e Flávio [senador]) ainda estarão nesse centro de liderança. “Em uma direita mais moderada, o futuro da direita passa pelos governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), Ratinho Jr. (PSD, Paraná), Romeu Zema (Novo, Minas Gerais), além do senador Sergio Moro (União Brasil-PR).”

Vale citar, Bolsonaro teria negociado com o presidente do PL Valdemar Costa Neto um cargo no partido. Segundo reportagem da Folha, ele desempenharia um papel na legenda para manter a relevância nos próximos anos. 

O partido elegeu a maior bancada na Câmara Federal com 99 nomes. A Bolsonaro caberia liderar a oposição – não só do PL. Os detalhes ainda estariam em aberto, mas, segundo o jornal, o atual mandatário do País seria presidente honorário ou conselheiro, com vaga na executiva nacional e salário (ainda a ser definido). 

Bolsonaro com dificuldades

Já o doutor em Ciências da Comunicação e especialista em Políticas Públicas, Luiz Signates, vê muito precoce a discussão. Ainda assim, ele aposta como futuro da direita o governador eleito de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), além do já citado governador de Minas Gerais, Romeu Zema. 

“Eu apostaria no Tarcísio, governador eleito de São Paulo, e no Zema, governador de Minas que pulou de corpo inteiro no bolsonarismo de segundo turno. Mas, com alguma dianteira do primeiro, em vista do peso de São Paulo no cenário nacional”, argumenta.

Para ele, Bolsonaro será “reduzido ao tamanho de sua capacidade política”. Ele acredita que o atual presidente “será enredado em processos e provavelmente estará inelegível nas próximas eleições. Ou se transformará em uma espécie de líder extremista, com chances eleitorais bem menores do que as que demonstrou este ano”. Desta forma, Signates não vê no atual líder habilidade política para fazer o grande jogo nacional, sem que uma nova anomalia, como a que o elegeu em 2018, se repita.

“Na corrida pela liderança de extrema-direita, Bolsonaro terá que disputar com políticos com mandato, como Moro e Damares [Alves (Republicanos), senadora eleita do DF]. Temos que aguardar, pois há muita água para passar sob a ponte. Avaliar isso, contaminados pelo quadro ainda instável que estamos vivendo, não é prudente”, encerra.

Segundo turno 

Na eleição mais apertada da história, no último dia 30 de outubro, Lula derrotou Bolsonaro. O petista conseguiu passar o atual presidente quando as urnas marcaram 67,76%. Ele venceu o pleito com 50,88% contra 49,12%. Em números, Lula teve cerca de 60 milhões, enquanto Jair, aproximadamente 28 milhões. 

Inconformados com o resultado, bolsonaristas iniciaram atos antidemocráticos para contestar o resultado das urnas. Entre as ações, eles fizeram bloqueios nas rodovias federais – com decisão da Justiça pela desobstrução – que persistiram ao longo de toda a semana. Além disso, as redes sociais foram inundadas de notícias falsas que acusaram o processo eleitoral de fraude.

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