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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Votação

A contragosto do Paço, vereadores minimizam aumento do IPTU em Goiânia

Emenda que fixa trava de 5%, e não 10%, a partir de 2026 foi aprovada na Comissão Mista. Texto segue agora para votação definitiva em plenário

Postado em 23 de dezembro de 2022 por Felipe Cardoso

Os vereadores da Câmara Municipal de Goiânia voltaram à Comissão Mista, na manhã da última quinta-feira (22/12), para destravar o polêmico Código Tributário. A expectativa era que a matéria prosperasse na manhã de quarta, e que o texto fosse votado em definitivo pelo plenário na quinta. 

Uma confusão entre os integrantes da base do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), no entanto, prejudicou o andamento do projeto. Depois de muito diálogo no Paço, é que os vereadores puderam retomar a votação no Legislativo — mais de 24 horas depois do esperado. 

O texto aprovado pelos membros da Mista contraria o líder do governo, vereador Anselmo Pereira (MDB). Isso porque o parlamentar articulou a aprovação da matéria em seu formato original, ou seja, sem a emenda do vereador Willian Veloso (PL), relator da matéria, que estabeleceu uma trava de 5% de aumento, além da inflação, a partir do ano de 2026. O líder, a pedido da prefeitura, trabalhava por 10%.

Depois de mais de uma hora de debate, por oito votos a sete, a emenda de Pereira — que rejeitava todas as modificações no texto, inclusive a de Veloso — foi derrubada. Com a rejeição da proposta, continuam valendo as regras aprovadas em primeiro turno de votação. Isso garante que o IPTU do contribuinte varie conforme os parâmetros inflacionários pelos anos de 2023, 2024 e 2025. A partir de 2026, o imposto será calculado nos moldes da inflação, acrescido dos 5%. 

Outras sete novas emendas foram apresentadas ao texto na manhã de ontem. Com elas, a matéria totaliza, agora, 15 intervenções em relação ao projeto original enviado pelo prefeito. Apesar do avanço, o assunto não está encerrado. A matéria carece ainda de uma nova fase de discussão e votação em plenário, onde, dessa vez, será apreciada de maneira definitiva. A reunião foi agendada para a próxima terça-feira, 27 de dezembro. 

Segundo Veloso, “era vontade dos vereadores dar uma resposta sobre o IPTU à população. E sabemos que isso também é a vontade do prefeito.” Para ele, foi uma vitória da Casa. “Vai proporcionar o resgate da credibilidade dos vereadores que votaram a favor e do prefeito, se ela passar em plenário e o prefeito sancionar.”

O vereador afirma, ainda, que era preciso dar essa segurança financeira à população. “Não sabemos como será a inflação dos próximos anos. 5% vislumbra um equilíbrio. 10%, dependendo da inflação, seria muito alto”.

Entenda 

Conforme mostrado pelo O HOJE na edição da última quinta-feira (22/12), o descompasso da base atrapalhou a votação do Código. A mudança abrupta no comportamento do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) causou estranheza entre os vereadores.

Como se não bastasse o desgaste enfrentado pelos vereadores que aprovaram o novo Código Tributário, a toque de caixa, no ano passado, a oportunidade de corrigir os erros e minimizar os prejuízos parecia escapar por entre os dedos. Isso porque foi acordado, conforme  o próprio relator do Código, que o novo texto traria uma correção ao aumento discrepante do imposto. 

A ideia era simplesmente trocar o método de cálculo — fixado em um aumento de até 45% no ano passado — para uma variação atrelada à inflação nos anos de 2023, 2024 e 2025. A partir disso, ou seja, de 2026 em diante, a cobrança estaria condicionada ao valor inflacionário somado a 5% do valor total do imposto. 

Mas o prefeito parece ter mudado de ideia em relação ao combinado. Por meio da base aliada foi articulada a derrubada da emenda assinada por Veloso. Com isso, interlocutores do prefeito mantiveram o reajuste atrelado à inflação mas dobraram o percentual fixo gerado para o contribuinte a partir de 2026 de 5% para 10%. Inseguros, muitos acharam melhor adiar a votação de quarta para, antes, conversarem com o prefeito. 

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