Cloroquina: Estudo aponta que doses altas do remédio podem levar à perda de visão
Medicação para tratar infecção causada pelo coronavírus, só deve ser utilizada sob orientação médica
A cloroquina e a hidroxicloroquina, são medicamentos popularmente utilizados para doenças como malária, artrite reumatoide e lúpus eritematoso, porém estão associados a efeitos colaterais graves como é o caso da retinopatia, uma lesão que atinge os vasos sanguíneos da retina e ameaçam a visão.Para evitar graves problemas à saúde, o uso dos medicamentos são indicados apenas mediante orientação médica.
Durante a pandemia, muitos pacientes recorreram à medicação para tratar a infecção causada pelo coronavírus; embora eles não tenham mostrado resultados eficazes para a doença. O uso sem recomendação acendeu um alerta de especialistas, especialmente aos efeitos colaterais mais graves do remédio.
Um novo estudo conduzido pelos pesquisadores de saúde da Kaiser Permanente, nos Estados Unidos, junto com cientistas de Havard e Stanford, comprovam que doses altas do medicamento, e a longo prazo, podem fazer com que até 21,6% dos usuários desenvolvam a retinopatia.
O problema, torna- se ainda mais grave, uma vez que a retina é responsável pela formação da imagem e pela capacidade de um indivíduo enxergar. Ao ingerir o remédio, segundo o estudo, ele se deposita na região macular do olho, inclusive permanecendo lá mesmo depois de tratamentos.
Comprovação científica
No último trabalho, publicado pela revista científica Annals of Internal Medicine e financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH), os pesquisadores realizaram um levantamento sobre o risco no uso dos medicamentos em diferentes dosagens e períodos de tempo.
Foram acompanhadas 3.325 pessoas, que receberam hidroxicloroquina durante 5 anos ou mais, entre 2004 e 2020. Destas, 81% dessas pessoas desenvolveram a retinopatia. No acompanhamento mais longo, os que tomaram 6 mg/kg ao dia, a incidência chegou a ser de 21,6% – mais de 2 a cada 10 pessoas. Aos que consumiram dosagem menor, o percentual chegou a 11,4%.
O estudo aponta para a importância do uso, apenas sob prescrição médica, especialmente para os pacientes que dependem da medicação a longo prazo.
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