Rivalidade entre PT e PL não deve ser intensa por estratégia da sigla de Lula
Enquanto partido de Bolsonaro aposta em várias candidaturas, PT prefere ceder espaço e apoio a legendas
Nenhuma eleição municipal existiu – de maneira consolidada – tão forte sentimento de polarização entre o Partido dos Trabalhadores – do presidente Lula Inácio Lula da Silva – e Partido Liberal – do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.
Por isso, desde sábado, dia 20, com o início das convenções partidárias aumentou a expectativa para construção de chapas competitivas nos brasil 5 570 municípios brasileiros – dos quais 246 são de Goiás.
Neste momento, de olho, claro, no pleito de 2026, com projetos, no caso de Goiás, para o Palácio das Esmeraldas e ao Congresso Nacional, a expectativa se concentra na polarização entre PT e PL.
Levantamento do Jornal Estado de São Paulo publicado na edição desta segunda, o PT quer definir nomes para candidaturas em 14 capitais. Ao mesmo tempo, o PL pretende defender 15 candidaturas.
De qualquer maneira, as duas legendas vão “repetir o 2022” – Lula e Bolsonaro, pelo menos na hora de defender o número de urna, 13 e 22, respectivamente – em nove capitais.
De maneira estratégica e historicamente, a sigla de Lula preferiu alargar alianças ao invés de priorizar lançar cabeça de chapa. Exemplo: São Paulo. Na capital paulista, onde o PT sempre lançou nomes, o candidato da legenda será Guilherme Boulos, do PSOL.
O partido, presidido nacionalmente, PL, tem uma missão mais que audaciosa: eleger 1,5 mil prefeitos. Em 2020, contudo, o partido conseguiu alcançar a vitória de 348 prefeitos no Brasil.
Lembrando que parte dessa estratégia é manter nomes de lideranças partidárias que deem voz e corpo às estrelas das legendas: no caso Lula do PT e Bolsonaro do PL.
Embora esteja impossibilidade, por inelegibilidade, de tentar voltar ao Palácio em 2026 – liberado apenas em 2030 -, Bolsonaro vai tentar bancar alguma candidatura com o seu perfil.
Existe a possibilidade de escolher alguém do espectro da direita, como o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ou o de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Ao mesmo tempo, Lula foca na construção de apoio, também de olho em 2026: ele quer reeleger-se presidente da República.
Nem sempre o nome de ambos os partidos antagônicos – do ponto de vista ideológico – têm a mesma dimensão eleitoral. É o caso de Goiânia que, com a saída do deputado federal Gustavo Gayer (PL) do páreo, assumindo, em seu lugar, a pré-campanha, o ex-deputado Fred Rodrigues. O grupo se opõe na capital à também deputada federal Delegada Adriana Accorsi. A petista tem se destacado em sua terceira tentativa de tornar-se prefeita de Goiânia, repetindo o pai dela, o ex-prefeito da cidade, Darci Accorsi.
Por outro lado, o PT vem fazendo alianças em cidades estratégicas, como citado, em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Na capital fluminense e na pernambucana, o PT apoia os atuais prefeitos, Eduardo Paes (PSD) e João Campos (PSB). O PT não terá espaço na chapa como vice.
Em São Paulo, Boulos deu a vice para a ex-prefeita, que estava afastada por anos do PT – partido para o qual filiou-se para a empreitada – e assumiu a vice Marta Suplicy (PT). Em Curitiba, na mesma direção, o PT vai apoiar o deputado Luciano Ducci (PSB-PR). (Especial para O Hoje)