Na noite de terça-feira (1), os senadores Tim Walz (democrata) e J.D. Vance (republicano), candidatos a vice-presidente nas chapas de Kamala Harris e Donald Trump, respectivamente, debateram em um evento que, em grande parte, se manteve civilizado e destacou as divergências entre os dois partidos em questões centrais da eleição, como aborto, imigração, economia e política externa.

No tema aborto, Walz reiterou as críticas já feitas por Joe Biden e Kamala Harris, lembrando que Trump se orgulha de ter nomeado juízes conservadores para a Suprema Corte, o que levou à revogação de proteções mais amplas ao direito ao aborto. Ele mencionou o caso de Amanda Zurawski, que foi impedida de realizar um aborto no Texas, mesmo com complicações graves durante a gravidez. “Se você ainda não conhece [mulheres assim], logo conhecerá. O Projeto 2025 deles terá um registro de gravidez”, afirmou Walz.

Como contragolpe, Vance destacou que o Partido Republicano é “pró-família no sentido mais amplo”. Ele enfatizou que nunca defendeu uma proibição nacional do aborto, mas que apoia a criação de um padrão mínimo em nível nacional. No entanto, Vance não explicou por que não votou no Senado para certificar os resultados da eleição de 2020, vencida por Biden e contestada por Trump.

Segunda parte

Walz também acusou Trump de fomentar as falsas alegações de fraude que instigaram o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Em resposta, Vance criticou Harris por sua atuação na administração Biden. Ele questionou o que ela fez para combater a inflação, a imigração e melhorar a economia. Ele afirmou que Trump frequentemente não soube explorar essa linha de ataque nos debates anteriores. “Se Kamala Harris tem soluções tão boas para os problemas da classe média, ela deveria implementá-las agora, no cargo que o povo americano lhe deu há três anos e meio. Não esperar uma promoção”, declarou Vance.

Walz rebateu, afirmando que Trump é um líder instável que favoreceu bilionários. No tema imigração, ele destacou que Trump pressionou os republicanos, no início deste ano, a abandonarem um projeto de lei bipartidário sobre segurança de fronteira. “A maioria de nós quer resolver isso”, afirmou Walz sobre a imigração. “Donald Trump teve quatro anos para fazê-lo e disse aos americanos que seria fácil.”