O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sábado, 7 de dezembro de 2024
Tema Espinhoso

Pacote de corte de gastos se aproxima de definição

Medidas que serão tomadas por Lula e o grupo econômico liderado por Haddad devem ser anunciadas na próxima semana

Postado em 25 de novembro de 2024 por Thiago Borges
Pacote de corte de gastos se aproxima de definição
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A principal pauta econômica – que recebe o engajamento integral do ministro da Fazenda, Fernando Haddad – do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o pacote de corte de gastos. O tema, espinhoso e que já provocou reações do mercado e de outros ministérios do governo Lula, aponta para um desfecho. Após o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmar que o pacote ficaria pronto até a última sexta-feira (22), o anúncio foi novamente adiado.

O Ministério da Fazenda sinalizou um novo prazo para entregar o plano de ajuste fiscal: a próxima terça-feira (26). Haddad irá se reunir, na segunda-feira (25), com Lula e a equipe econômica para discutir os detalhes e apresentar as medidas para o chefe do Executivo. “Vamos bater com ele [Lula] a redação. Ao fim da reunião de segunda-feira, estaremos prontos para divulgar. Faremos isso na própria segunda-feira ou na terça-feira. É uma decisão que a comunicação vai tomar, mas os atos já estão minutados”, disse Haddad, em fala com a imprensa na última quinta-feira (21).

Haddad afirmou que a equipe econômica já adiantou algumas medidas para o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O ministro já costurou o apoio do Congresso para a pauta e afirmou que o pacote será o suficiente para que o arcabouço fiscal seja garantido. 

“O arcabouço fiscal é uma regra que é excelente para nós mirarmos o equilíbrio orçamentário e trabalhar nossa trajetória da dívida [pública], retomada em algum momento da queda de juros, em algum momento do futuro próximo, para que nós tenhamos tranquilidade de continuar crescendo com a inflação dentro da meta, mirando o centro, que é isso que nós queremos”, disse o ministro. 

Leia mais: Presidente do PL Goiás, Wilder Morais está confortável para 2026

Salário mínimo

Com a iminência da aprovação do pacote que irá limitar o crescimento dos gastos até no máximo 2,5% (com o piso estabelecido em 0,6%), com a expectativa de resultar em uma contingência de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026, o corte atingirá desde os militares até o salário mínimo. 

Para o salário mínimo, o reajuste será o mesmo do teto do arcabouço fiscal – o aumento será de no máximo 2,5% acima da inflação. Atualmente, o reajuste anual do salário mínimo é definido com base na inflação e no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A contenção do aumento do salário mínimo iria impactar no pagamento de benefícios como a previdência social, Benefício de Prestação Continuada (BPC), abono salarial e seguro-desemprego. Não se sabe qual será a medida tomada pelo governo em caso de recessão ou crescimento baixo do PIB. 

Militares

Entre os militares, o Ministério da Defesa fechou um acordo para cortar gastos na previdência. Foram quatro medidas tomadas que devem ser anunciadas. A primeira é estabelecer idade mínima para a reserva remunerada – espécie de aposentadoria, que os militares ficam afastados do serviço ativo, porém podem ser convocados em algumas situações.

Caso a medida seja aprovada, a idade mínima para os militares aposentarem nesse modelo será de 55 anos, com período transicional. O critério atual é por tempo de serviço, sendo o mínimo de 35 anos de contribuição ao Exército. Outra medida é o fim da “morte ficta”, que estabelece o direito à pensão para os familiares de militares que foram expulsos das Forças Armadas por crimes ou mau comportamento. 

Proibir a transferência de pensão de cônjuge e filhos para demais dependentes – por exemplo, pais e irmãos – e fixar 3,5% da remuneração dos militares para contribuir com o Fundo de Saúde até janeiro de 2026, igualando a contribuição de militares da Aeronáutica e da Marinha – que hoje pagam menos -, são as outras medidas para os militares no pacote de gastos. Haddad afirmou que o impacto anual das medidas para conter gastos com as Forças Armadas será de R$ 2 bilhões. (Especial para O Hoje)

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também