Comerciantes criam vagas após proibição de estacionamento em avenidas de Goiânia
A medida foi realizada em parceria com a Prefeitura da capital

Com a recente proibição de estacionamento ao longo das avenidas Jamel Cecílio e 136, em Goiânia, comerciantes da região decidiram agir por conta própria para evitar prejuízos. Para manter a clientela e preservar o movimento nas lojas, muitos estão investindo na construção de recuos nas calçadas — os chamados “bolsões de estacionamento”. A medida foi realizada em parceria com a Prefeitura da capital.
Mesmo com as placas de “proibido parar e estacionar” já instaladas, as multas ainda não estão sendo aplicadas. A fiscalização segue, por enquanto, em caráter educativo, enquanto a gestão finaliza os ajustes para a implantação do sistema de estacionamento rotativo, a chamada Área Azul, prevista para ser operacionalizada em maio por meio de um aplicativo.
A mudança integra o Programa de Desobstrução das Vias Arteriais, lançado pela atual administração municipal, que visa liberar a terceira faixa de rolamento em dez corredores viários, priorizando o tráfego de ônibus e motos. O primeiro corredor a receber a medida foi o eixo Jamel Cecílio/136. A mudança gerou preocupação entre comerciantes, que temiam queda no faturamento com a retirada das vagas.
Como forma de adaptação, muitos lojistas passaram a investir em obras para construção dos recuos, em um modelo semelhante ao adotado na Avenida T-63, em 2013. Cada intervenção tem custado, em média, R$ 5 mil aos empresários.
As obras já estão em andamento no trecho entre o Setor Marista e o Jardim Goiás, com previsão de entrega das primeiras vagas ainda nesta semana. Ao todo, devem ser criadas pouco mais de 20 vagas, principalmente próximas a lojas do setor moveleiro.
Entre os comerciantes, as soluções variam. Alguns optaram pelos recuos públicos. Outros, como um empresário do ramo de colchões que atua há mais de 20 anos no local, decidiram criar vagas privativas dentro do próprio terreno. Ele argumenta que o estacionamento aberto tira a privacidade da entrada da loja e preferiu investir na reforma da fachada para garantir espaço exclusivo aos clientes.
Funcionários trabalham intensamente na execução dos bolsões, e os comerciantes veem na solução uma forma de amenizar os impactos. Para uma vendedora da região, a obra traz alívio. “Nosso cliente quer parar na porta, comprar e sair. Achamos até que teríamos de mudar a loja, mas agora conseguimos uma alternativa viável”, disse.
Além da liberação das faixas, a Secretaria de Engenharia de Trânsito (SET) anunciou outras intervenções no corredor, como a implantação de “onda verde” nos semáforos para melhorar a fluidez e a criação de áreas específicas para carga e descarga entre 9h e 15h. Também foram demarcadas cerca de 700 vagas nas ruas adjacentes para compensar a retirada das vagas principais, e veículos como caminhões e caçambas foram proibidos de estacionar no local.
Outra frente prevista no projeto é a requalificação da Praça Tiradentes, no cruzamento com a Avenida 85. A área passará por modificações para criação de mais vagas, recuo para embarque e desembarque do transporte público e ampliação da via com uma quarta faixa