Em meio a desgastes, Câmara Municipal tenta evitar crise de imagem
Intrigas entre parlamentares teriam motivado reunião a portas fechadas

A sessão ordinária da Câmara Municipal de Goiânia da última quinta-feira (24) contou com mais embates entre parlamentares goianienses por desacordos pessoais. O tema do desentendimento interno entre vereadores foi pauta para a suspensão da sessão e reunião a portas fechadas na última terça-feira (22). A conversa dos bastidores é que as discussões públicas da discórdia interna entre os vereadores enfraquece a imagem do Legislativo goianiense, uma vez que o mesmo sofre atropelos do executivo e falta de confiança da população com os recém desgastes.
Na tribuna deste dia 24, o vereador Coronel Urzêda (PL) aproveitou o tempo de fala para rebater o argumento da parlamentar Aava Santiago (PSDB) ao qual afirmou que ia denunciar o policial militar para o Conselho de Ética da Câmara por ataques proferidos a equipe de assessoria política de Santiago. Além disso, a socióloga ainda apontou que parlamentares participam do plenário portando armas de fogo, o que se configurou como uma quebra de conduto visto que uma lei municipal de 2022 veda o porte de armas dentro da Casa.
A fala de Santiago movimentou alguns dos parlamentares da “bancada da bala” de Goiânia. Enquanto Urzeda reiterou não portar armas dentro do perímetro legislativo, o parlamentar Sargento Novandir (MDB) confessou que todos os dias porta uma “pistola 9 milímetros com 18 tiros” na cintura. Logo após, o parlamentar foi lembrado da lei municipal de 2022 pelo 1º secretário Henrique Alves (MDB), ao qual Novandir reiterou que deve pedir para revogar a lei. Nós [da ‘bancada da bala’] vamos buscar revogar essa lei.
O termo é usado para categorizar os parlamentares do Congresso Nacional que fazem ou faziam parte das forças de segurança pública ou privadas. Na Casa de Leis goianiense, apenas cinco dos trinta e sete vereadores possuem o porte, sendo eles: os policiais militares Coronel Urzêda (PL), Sargento Novandir (MDB) e Cabo Senna (PRD), o ex-guarda civil municipal e presidente da Câmara Romário Policarpo (PRD), o policiais rodoviários federais Fabrício Rosa (PT) e o Sanches da Federal (PP).
Desgastes no plenário da opinião pública
A curta intriga despertou uma fala do atual presidente da Casa em exercício, Anselmo Pereira (MDB), que relembrou os colegas da costura feita por detrás das portas fechadas. “Essa maneira de exteriorizar os assuntos da Casa para fora nós tratamos naquela reunião antes de ontem. … Mas parece que o que é falado lá fora e pregado diferente aqui.”, afirma o parlamentar.
Segundo informações de bastidores ouvidas pela equipe de redação, parlamentares de longa data da Casa se preocupam com a imagem pública do Legislativo goianiense, especialmente sobre a cobertura negativa sobre acontecimentos dentro e fora do Parlamento.
Além disso, afirmam que os recém desgastes têm chamado a atenção dos grandes players políticos. Por isso apontam que foi acordado uma nova conduta para resguardar os interesses da Câmara e dos legisladores da Capital.