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quinta-feira, 19 de junho de 2025
Presidenciáveis

O desafio da direita para unir postulantes e enfrentar Lula em 2026

Com a ascensão de cinco pré-candidatos à presidência no campo da direita, ex-presidente Michel Temer sugere uma candidatura única para redefinir a polarização e enfraquecer a esquerda em um cenário sem Bolsonaro

Bruno Goulartpor Bruno Goulart em 13 de maio de 2025
O desafio da direita para unir postulantes e enfrentar Lula em 2026
Foto: Marcos Corrêa/PR

Bruno Goulart

A disputa presidencial de 2026 começa a ganhar contornos de uma verdadeira corrida interna no campo da direita, que enfrenta um dilema: como unir os cinco postulantes ao Palácio do Planalto e disputar a eleição com chances reais de vencer o presidente Lula (PT). A alternativa sugerida pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) ganha relevância, especialmente diante do enfraquecimento do líder da direita, Jair Bolsonaro (PL), que segue inelegível e com o risco de ser preso, deixando um vácuo de liderança nesse setor político.

Batizado de “Movimento Brasil”, o projeto proposto por Temer busca congregar os governadores e líderes de direita em torno de uma candidatura única, capaz de representar uma alternativa real à polarização política que marcou as últimas eleições. O ex-presidente diz acreditar que, se os cinco governadores que atualmente se destacam na direita — Ronaldo Caiado (UB-GO), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Júnior (PSD-PR), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e, em menor medida, Eduardo Leite (PSDB-RS) — puderem se unir em torno de um nome único, a direita teria uma chance sólida de se fortalecer e diminuir as chances de vitória de Lula nas urnas.

Desafios

No entanto, a proposta enfrenta obstáculos. O principal, sem dúvida, é a necessidade de uma ampla negociação entre os cinco postulantes e a liderança do movimento para que consigam superar os interesses individuais e partidários. Especialistas ouvidos pelo O HOJE afirmam que a criação de uma candidatura única é o único caminho para que a direita consiga disputar de fato a eleição contra o favoritismo de Lula, que, embora tenha um governo enfraquecido, ainda conta com forte apoio da esquerda e do centrão.

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Como noticiado pela coluna Xadrez, do jornalista Wilson Silvestre, Temer apontou que os governadores estão dispostos a seguir essa estratégia, mas ressaltou que o sucesso dependeria da capacidade de diálogo e entendimento entre eles.

Segundo o cientista político Lehninger Mota, a popularidade de Bolsonaro ainda exerce um peso significativo nas disputas internas da direita. Mota observa que, por mais que o ex-presidente esteja inelegível e com a possibilidade de ser preso, seu apoio segue sendo crucial para qualquer candidato que busque o sucesso nas urnas. “É muito difícil pensar em um candidato que tenha êxito sem a contrapartida do apoio de Bolsonaro”, afirmou Mota.

O cientista político avalia que o nome que conquistar a bênção de Bolsonaro será o favorito da extrema direita e terá mais chances de prosperar nas eleições. “Bolsonaro precisa pensar em um candidato que seja competitivo e que tenha chances reais de vencer Lula. Caso contrário, a esquerda pode continuar no poder”, completou Mota.

Unidade da direita

Além dos desafios internos da direita, outro fator importante para o sucesso de qualquer movimento unificado é a disposição da direita e do centro em dialogar e compor alianças. Felipe Fulquim, especialista em marketing político ouvido pelo O HOJE, destaca que, se a direita não conseguir unir esforços, a vitória de Lula pode ser inevitável. “A direita pode, sim, com o apoio de parte do Centrão, alcançar musculatura suficiente para concentrar esforços em candidaturas estratégicas e, em um eventual segundo turno, vencer o favoritismo de Lula”, analisa Fulquim.

Fulquim também alerta que o isolamento da esquerda, que não possui cinco candidatos competitivos, pode ser um fator decisivo para a direita. Se conseguirem unificar suas forças, a direita teria uma chance significativa de virar o jogo e enfraquecer o favoritismo de Lula, aproveitando-se do desgaste do atual governo.

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