Com mais de 5 mil empresas ativas, setor pet cresceu 94% em Goiás
Mercado pet movimenta R$ 77 bilhões no Brasil

O mercado pet brasileiro não para de crescer. Em 2024, o setor movimentou cerca de R$ 77 bilhões, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). O país já ocupa a terceira posição no ranking mundial, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, e a tendência é de expansão contínua. Com mais de 167 milhões de animais de estimação — sendo 67,8 milhões de cães e 33,6 milhões de gatos —, o Brasil já tem mais pets do que crianças nas residências, e mais da metade dos lares abriga ao menos um animal.
Micro e pequenos empreendimentos puxam a fila
Esse avanço tem gerado oportunidades para novos empreendedores, especialmente os de pequeno porte. Segundo a Receita Federal, 98% das empresas do setor são micro ou pequenas, e os microempreendedores individuais (MEIs) somam mais de 111 mil registros ativos. Só em 2023, mais de 38 mil novas empresas ligadas ao setor pet foram abertas no país, abrangendo clínicas veterinárias, pet shops, serviços de banho e tosa, venda de ração, medicamentos e acessórios.
Alimentação lidera, mas serviços personalizados crescem
A maior fatia do mercado vem da alimentação, que movimentou R$ 42 bilhões no último ano. No entanto, outros segmentos também têm ganhado destaque, impulsionados por mudanças no comportamento dos tutores, especialmente após a pandemia. O isolamento social fortaleceu os vínculos entre pessoas e seus animais de estimação e abriu espaço para serviços mais personalizados, que atendem à crescente humanização dos pets.
Entre as novidades, ganham força os spas pet, que oferecem banhos com massagem, música relaxante e iluminação especial. As creches para animais, voltadas para tutores que passam o dia fora, registraram um crescimento expressivo e contribuíram para um faturamento de R$ 49,9 bilhões no setor de serviços. Também se destacam os hotéis especializados, com áreas de lazer, alimentação personalizada e acompanhamento veterinário, e os serviços móveis de banho e tosa, que levam conforto até a porta do cliente.
Novas tendências: comida natural, CBD e tecnologia
Outra tendência em alta é a alimentação natural, com cardápios feitos à base de frango, legumes, colágeno e grãos, sem conservantes ou corantes. O uso de canabidiol terapêutico para animais, com efeito calmante e analgésico, também começa a ganhar espaço em clínicas e pet shops. Ainda na linha de inovação, surgem soluções tecnológicas para rastreamento e identificação, como chips subcutâneos, coleiras com GPS e brincos eletrônicos — usados tanto em pets urbanos quanto em rebanhos de pequeno porte.
Planos de saúde pet veterinária ganham popularidade
O setor também avança no campo da saúde, com a popularização de planos veterinários que funcionam nos moldes dos convênios médicos humanos. A adesão tem crescido entre tutores preocupados com imprevistos e altos custos em casos de emergência ou doenças crônicas.

Espaço para todos: inovação é diferencial competitivo
Com tantos avanços, as possibilidades de investimento são variadas. Mesmo com a chegada de grandes redes como Petz e Cobasi a novas regiões, a maior parte da receita do setor ainda vem dos pequenos e médios pet shops, que respondem por 49% do faturamento. As grandes redes concentram apenas 9%. Clínicas e hospitais veterinários representam 18% da receita total, e os serviços de banho e tosa, 13%.
O Sebrae tem incentivado o empreendedorismo nesse setor por meio de capacitações, publicações e análises de mercado. A gestora de projetos do Sebrae Débora Medeiros destaca que o cliente atual busca inovação e praticidade. “Este mercado tem proporcionado vários diferenciais que podem e devem ser implantados para gerar atratividade ao negócio”, afirma. Para ela, o momento é promissor para quem deseja empreender. “Vemos grandes redes chegando, mas há espaço para todos. É essencial inovar e capacitar as equipes para não ficar para trás.”
As oportunidades se estendem a clubes de assinatura, produtos personalizados, espaços pet friendly e serviços voltados ao bem-estar físico e emocional dos animais. A busca online por hotéis e estabelecimentos que aceitam pets, por exemplo, aumentou 238% nos últimos anos. A tendência é que os animais estejam cada vez mais integrados à rotina dos tutores, inclusive em locais públicos, o que impulsiona adaptações em praças, restaurantes, shoppings e salões de beleza.
Com alto potencial de rentabilidade e forte apelo afetivo, o mercado pet brasileiro atrai tanto quem já atua na área quanto novos empreendedores que buscam nichos inovadores. E o melhor: muitas das oportunidades exigem baixo investimento inicial e podem começar dentro de casa. Em um setor onde o vínculo emocional é tão forte quanto a lógica comercial, entender o cliente — seja ele humano ou de quatro patas — é o primeiro passo para o sucesso.