Na manhã desta terça-feira (23), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou a indicação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a liderança da minoria. A decisão frustrou a estratégia do PL de substituir a deputada Caroline de Toni (PL-SC) por Eduardo, que está nos Estados Unidos desde fevereiro em missão não oficial junto ao governo de Donald Trump. O partido apostava na flexibilização das faltas para líderes em “missão autorizada”, mas viu o movimento ser rejeitado.

Ao manter Caroline de Toni no cargo, Motta impediu que Eduardo se beneficiasse das regras de isenção de faltas. Desde que deixou o Brasil, o deputado acumula ausências e enfrenta riscos de penalidades por quebra de decoro parlamentar. Essa medida aumenta a pressão sobre o parlamentar e evidencia o desgaste do PL na Câmara.

Ainda nesta terça-feira, o Conselho de Ética pode pautar a abertura de um processo contra Eduardo Bolsonaro. A representação da bancada do PT pede a instauração do processo disciplinar e até a perda do mandato. 

Além disso, a Procuradoria-Geral da República denunciou Eduardo Bolsonaro por coação no curso do processo. O órgão afirma que ele tentou intervir em ações judiciais para favorecer Jair Bolsonaro (PL) e o jornalista Paulo Figueiredo. Com o veto de Hugo Motta, o PL perde seu principal trunfo para blindar o deputado e manter influência na liderança da minoria.

Leia mais: Base congestionada pode abrir espaço para oposição em 2026