Rodovias suspensas pelo STF serão feitas pelo Estado apesar do STF
Caiado vai aproveitar o período chuvoso para fazer as licitações e, informa Pedro Sales, as obras não serão atrasadas
Quem torceu contra as rodovias do Sudoeste goiano deve ter transformado as comemorações em angústia. Pedro Sales, presidente da Goinfra, a agência que cuida das obras estaduais, diz que o governador Ronaldo Caiado vai continuar a fazer as GOs suspensas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Não significa que considere perdida a verdadeira guerra armada contra a parceria com os produtores rurais. O plenário do STF, com seus 11 integrantes, pode ser iluminado pela possibilidade de animar quem os sustenta.
Pelas rodovias federais, estaduais e vicinais goianas são transportadas as mercadorias que equilibram a Balança Comercial Brasileira. Entre Itumbiara, no Sul, e Santa Rita do Araguaia, na divisa com Mato Grosso, há BRs e GOs que abrigam mais alimentos que a Europa inteira. Mesmo as vias de mão única recebem no mínimo R$ 100 milhões por quilômetro. Quer dizer que nos 100km de Jataí a Mineiros já passaram R$ 10 bilhões? Já. Até mais.
Talvez por nunca terem saído da bolha em Brasília e ido até a lavoura e seus efeitos, os ministros não deem o devido valor a uma safra. Se fossem ao Sul/Sudoeste/Sudeste de Goiás e vissem o imenso número de carretas transitando com cana, grãos, algodão, gado… ah, quem não se convence com um movimentão de riquezas daqueles… Ou só odeia serviço.
Ao paralisar o aperfeiçoamento do sistema que começa na distribuição de semente no solo e termina no embarque nos portos, a Justiça precisa pesar: não é interpretar uma filigrana jurídica, é punir quem trabalha. Se houver trambique na aplicação dos recursos, que os bandidos sejam processados e presos. Porém, sem paralisar as máquinas e seus operadores. Tudo, menos punir o trabalho.
O Estado não teria o menor prejuízo em nada. Até agora, segundo Sales, foram repassados somente R$ 271 mil ao Ifag, o instituto que congrega quem produz. O temor do ministro Alexandre de Moraes, de aplicação criminosa dos recursos, não tem sequer a mínima chance de ocorrer: seria até impunível uma pessoa desviar o próprio dinheiro.
Quem contribui com o que a narrativa chama de “Taxa do Agro” é o produtor.
Seu 1,65% é enviado para um fundo do instituto que ele mesmo administra.
As obras são escolhidas por ele. Quem vai fazê-las, também.
Onde mora o perigo? O produtor conhece os problemas e a maneira de os resolver.
Se imposto fosse bom não teria um nome horroroso desses. O mesmo vale para taxas e outros nomes desse horror. Ninguém gosta e não há razão para gostar.