O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) estiveram na manhã desta terça-feira (25) na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro, detido preventivamente desde sábado (22) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Superior Tribunal Federal (STF). Durante o início da tarde, os advogados de defesa, solicitaram uma segunda visita de Michelle Bolsonaro.

Após o encontro de 30 minutos, Flávio revelou que o pai lhe pediu para interceder junto aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), a fim de pressionar pela votação da proposta que prevê anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023.

“O deputado Paulinho da Força, que até tem agido de forma transparente, sempre conversando, com muita serenidade e responsabilidade, vai vir com um parecer dele, com base em alguma dosimetria que eu também não sei qual é. Ninguém viu, ninguém viu o texto ainda. Então, óbvio que, ao apresentar esse relatório dele, a gente vai utilizar as emendas, a gente vai tentar construir um texto que nos atenda no todo, no tocante à anistia e a dosimetria”, garantiu em coletiva após a visita ao pai.

Flávio Bolsonaro afirmou a jornalistas que Jair Bolsonaro demonstrou forte indignação durante a visita e reforçou sua versão de que tentou romper a tornozeleira eletrônica durante um quadro de “confusão mental” provocado pela combinação de remédios em uso. O senador descreveu o ex-presidente como “inconformado” e insistindo em defender-se do que considera uma “perseguição”. Ele ainda afirmou que o ex-presidente continua tendo crises fortes de soluço, manifestando a preocupação de que Bolsonaro possa passar por uma broncoaspiração.

Nas redes sociais, Flávio Bolsonaro voltou a criticar as restrições impostas, divulgando vídeo de uma coletiva no PL em que classificou o tempo reduzido de visita como insuficiente para avaliar a saúde do pai e tratar de assuntos relevantes. Visivelmente emocionado, afirmou que as limitações representam uma violência contra a família: “As crueldades não têm limites. Nossos encontros com Jair Bolsonaro ficaram ainda mais restritos. Esse tipo de limitação é uma faca no peito”.

Carlos Bolsonaro também esteve na Polícia Federal, chegando em veículo separado e acompanhado de seguranças. Já a visita de Jair Renan está prevista para quinta-feira, dentro do mesmo protocolo que limita o acesso dos familiares ao período entre 9h e 11h, com permanência máxima de 30 minutos por filho. O vereador também falou com a imprensa, afirmando que o pai é vítima de um sistema injusto, e disse que ele nem deveria estar com tornozeleira: “Olha só, você não tinha nem que falar em tornozeleira, porque é ilegal ele estar usando tornozeleira naquele momento. Ele estava usando tornozeleira por um processo em que ele não foi nem denunciado. E ele não tentou violar a cinta da tornozeleira para fugir”, afirmou, se manifestando também no X. 

A decisão que autorizou as visitas foi acompanhada de regras rígidas determinadas por Moraes, baseadas em normas internas da PF. Apenas dois familiares podem entrar por dia, é proibido portar celulares ou registrar imagens, e cada encontro deve ocorrer individualmente. O ministro ainda determinou que, em caso de emergência médica, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) deve ser acionado imediatamente.

Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã do sábado (22). O ex-presidente confessou que usou um ferro de solda no equipamento de monitoramento. Durante a audiência de custódia, ele alegou ter sofrido surto, devido uso de medicamentos.