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quinta-feira, 25 de dezembro de 2025
MENSAGEM

Bolsonaro oficializa Flávio como pré-candidato ao Planalto em carta divulgada do hospital

Internado para cirurgia em Brasília, ex-presidente diz buscar “continuidade” e tenta encerrar disputas internas no campo bolsonarista sobre a sucessão de 2026

Micael Silvapor Micael Silva em 25 de dezembro de 2025
Bolsonaro
Foto: Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro confirmou, por meio de uma carta divulgada nesta quinta-feira (25), a indicação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2026. O texto foi tornado público enquanto Bolsonaro está internado no hospital DF Star, onde passa por uma cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral.

Na carta, Bolsonaro fala em “continuidade” e afirma estar enfrentando batalhas que considera injustas. Preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde cumpre pena por tentativa de golpe de Estado, ele sustenta que a decisão tem como objetivo preservar a vontade popular. “Diante desse cenário de injustiça, e com o compromisso de não permitir que a vontade popular seja silenciada, tomo a decisão de indicar o Flávio Bolsonaro como pré-candidato à Presidência da República em 2026”, escreveu.

O texto foi lido por Flávio na porta do hospital, no dia de Natal, poucas horas antes do início do procedimento cirúrgico do pai. Segundo o senador, a divulgação da carta busca encerrar dúvidas sobre a decisão do ex-presidente. O anúncio da pré-candidatura já havia sido feito por Flávio no dia 5 de dezembro e confirmado pelo PL, mas gerou resistências em grupos políticos próximos a Bolsonaro e até em setores da própria família.

Na carta, o ex-presidente afirma que a indicação é “consciente, legítima e amparada no desejo de preservar a representação daqueles que confiaram” em seu projeto político. Bolsonaro também diz acreditar que o filho representa “a continuidade do caminho da prosperidade” e defende a retomada da condução do país “com justiça, firmeza e lealdade aos anseios do povo brasileiro”.

Bolsonaro
Foto: Divulgação

Nas últimas semanas, Flávio vinha articulando uma declaração pública e direta de Jair Bolsonaro em apoio à sua pré-candidatura. A expectativa era que isso ocorresse em uma entrevista ao portal Metrópoles, marcada para o dia 23 de dezembro, mas o compromisso foi cancelado horas antes. A desmarcação teria sido influenciada por resistências no entorno do ex-presidente, conforme relatou a colunista Mônica Bergamo.

De acordo com essas informações, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e advogados do ex-presidente se posicionaram contra a entrevista, por avaliarem riscos jurídicos e políticos no atual contexto. A carta, nesse cenário, passou a ser vista por aliados de Flávio como uma alternativa para tornar pública a posição de Bolsonaro e desestimular movimentos contrários à consolidação de seu nome como pré-candidato.

Apesar do gesto, partidos do centrão, empresários e integrantes do mercado financeiro seguem trabalhando pela construção de uma candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Esses grupos preferem seu nome ao de Flávio e temem que a rejeição ao senador possa levar a direita a uma derrota eleitoral em 2026.

Flávio, por sua vez, avalia que o sobrenome Bolsonaro ainda representa uma vantagem competitiva nas urnas. Ele tenta se apresentar como uma versão mais moderada do pai e aposta que o apoio explícito do ex-presidente servirá para deixar claro ao eleitorado bolsonarista que não há outro projeto em construção dentro desse campo político.

No campo médico, Jair Bolsonaro foi considerado apto para a cirurgia, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O procedimento, iniciado por volta das 9h, tem duração estimada de três a quatro horas, e a previsão é de internação entre cinco e sete dias, a depender da recuperação.

Além da correção da hérnia, a equipe médica avalia a realização de um procedimento anestésico para controle das crises de soluço que o ex-presidente vem enfrentando. Segundo o cirurgião Claudio Birolini, trata-se de uma intervenção relativamente segura, mas que ainda será reavaliada após a cirurgia principal.

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