Rodovias são pontos mais perigosos no trânsito de Goiânia

Levantamento da Dict revela que além dessas vias, locais críticos estão distribuídos na capital

Postado em: 30-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Levantamento da Dict revela que além dessas vias, locais críticos estão distribuídos na capital

Deivid Souza

As rodovias concentram os pontos com maior número de mortes no trânsito em Goiânia. Na cabeça do ranking aparece a BR-060 com 12 acidentes com óbitos, seguida pela GO-060 com oito acidentes que resultaram em vítimas fatais e a GO-070, onde foram registrados cinco ocorrências do tipo em 2015.

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Os dados são de um levantamento da Delegacia Especializada em Investigações de Crimes de Trânsito de Goiânia (Dict), realizado a pedido do jornal O HOJE. Na BR-060, os pontos mais críticos são os km 138 e 164, onde aconteceram duas mortes em cada um deles. Na GO-060, o km 3 registrou três acidentes com vítimas fatais no período.

Um dos destaques do levantamento é a distribuição dos locais com mais óbitos no trânsito. Excluindo-se os pontos mencionados acima e o Setor Jardim América, bairro da Região Sudoeste da capital, não há destaques no número de mortes por acidentes. Os pontos listados contribuem para que o Goiás tenha mais de dois mil óbitos no trânsito por ano.

A ligação dos pontos mais críticos a vias onde são desenvolvidas maiores velocidades é uma das pontuações da professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Goiás (UFG) e coordenadora do programa de pós-graduação Projeto e Cidade da instituição, Erika Kneib. No entanto, ela esclarece que outros fatores como desenho da via, largura da calçada e fiscalização são determinantes.

“É uma composição de fatores, a via precisa ajudar com o desenho urbano, e isso vai incluir calçada, arborização, material do piso. Por que todas as vias têm que ser asfaltadas?”, questiona.

Para a especialista, intervenções pontuais podem ser necessárias, mas há a necessidade de que Goiânia tenha um plano de circulação, onde sejam estabelecidas diretrizes de uso das vias, levando-se em conta o plano diretor e a função das mesmas.

Erika defende que as medidas de solução para os problemas no trânsito sejam tomadas de maneira sistemática. “Quais políticas públicas têm sido tomadas para reduzir os índices? Eles são todos altos e são ruins, mas qual é a meta? Isso é o mais grave, mas ninguém tem a política de redução desses números”, critica

Vítimas

Em Aparecida de Goiânia, por exemplo, a maior parte dos atendimentos realizados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e pelo Corpo de Bombeiros para ocorrências de acidentes de trânsito são encaminhados para o Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa), que tem como sua principal demanda pacientes que se acidentaram no trânsito, com uma grande preponderância para as motocicletas.

Apenas de janeiro a julho de 2015, as ocorrências do tipo corresponderam a cerca de 30% das cirurgias realizadas no Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa), sendo que 22% envolveu motos. Sendo assim, o Huapa teve o custo de mais de R$ 1,5 milhão, somente nesse período, com cirurgias em pacientes que se acidentaram no trânsito no ano passado.

Na capital, no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) este ano, 1.010 motociclistas já foram atendidos na unidade, 21 morreram.

Campanha

Este ano, o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) realiza a campanha ‘Maio Amarelo’. A iniciativa tem o objetivo de chamar a atenção para os problemas do trânsito e discutir soluções. Várias medidas estão sendo adotadas como palestras, blitzen, iluminação de prédios na cor amarela. Aproximadamente 100 parceiros já aderiram ao ‘Maio Amarelo.

 Foto: reprodução (Agetop)

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