STF manda soltar ex-goleiro Bruno condenado por homicídio

O ex-goleiro que está preso há quase sete anos deve recorrer em liberdade

Postado em: 24-02-2017 às 09h30
Por: Renato
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O ex-goleiro que está preso há quase sete anos deve recorrer em liberdade

O ministro Marco Aurélio Melo, do Supremo Tribunal Federal
(STF), concedeu uma decisão liminar (provisória) para que o goleiro Bruno
Fernandes, preso quando jogava pelo Flamengo, seja libertado.

Na decisão, divulgada nesta sexta-feira (24), Marco Aurélio
destacou que Bruno encontra-se preso há 6 anos e 7 meses sem que tenha sido
condenado em segunda instância, motivo pelo qual deve ser solto para que
recorra em liberdade.

“Nada, absolutamente nada, justifica tal fato. A complexidade
do processo pode conduzir ao atraso na apreciação da apelação, mas jamais à
projeção, no tempo, de custódia que se tem com a natureza de provisória”,
escreveu o ministro do STF.

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O goleiro já havia tido um pedido de habeas corpus negado
no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Bruno foi preso preventivamente em agosto de 2010, após um
inquérito policial apontá-lo como principal suspeito de ter matado a
ex-namorada Eliza Samudio, com quem teve um filho. Ela desapareceu em 2010, aos
25 anos, e foi considerada morta pela Justiça. Seu corpo nunca foi encontrado.

Em 2013, o Tribunal do Júri da Comarca de Contagem (MG)
condenou o goleiro a 22 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de homicídio
triplamente qualificado (por motivo torpe, com emprego de asfixia e com recurso
que dificultou a defesa da vítima), sequestro e ocultação de cadáver.

O comparsa de Bruno, seu amigo Luiz Henrique Romão,
conhecido como Macarrão, também foi condenado. A decisão do STF não menciona o
cúmplice.

À época, o caso gerou grande comoção social e o júri negou a
Bruno e Macarrão o direito de recorrer em liberdade. “O clamor social surge
como elemento neutro, insuficiente a respaldar a preventiva”, escreveu Marco
Aurélio na decisão em que mandou soltar o goleiro.

No pedido de habeas corpus ao STF, a defesa de
Bruno alegou demora de mais de três anos para que seu caso fosse julgado na
segunda instância. Ele ainda encontra-se detido na penitenciária de Santa
Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Após a notificação da decisão de Marco Aurélio, o goleiro
deve ser solto. Ele deverá manter residência fixa e comparecer à Justiça sempre
que convocado.

Foto: Reprodução (R7)

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