Comerciantes reclamam de novo bloqueio para o BRT

Associação teme que obras não sejam terminadas no prazo e que a empreiteira deixe rastro de destruição no Centro | Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia

Postado em: 27-04-2021 às 08h28
Por: João Paulo
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Associação teme que obras não sejam terminadas no prazo e que a empreiteira deixe rastro de destruição no Centro | Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia

Os comerciantes entre a Praça Cívica e a Rua 3, no Centro de Goiânia, estão preocupados com a nova interdição realizada pela Prefeitura de Goiânia no trecho em questão para obras do corredor do BRT. O principal receio é sobre o descumprimento em relação aos prazos firmados, bem como os rastros de destruição deixados pelas equipes que trabalham no local.

O advogado Uilson Mazan, que também é presidente da Associação Comercial e Industrial do Centro de Goiânia (Acic), destaca que o trecho anterior da obra que ocorreu na Avenida Goiás não teve o prazo estipulado de término cumprido. Além disso, ele destaca que o rastro de destruição é composto por calçadas quebradas, tubulações abandonadas e sem sinalização adequada.

“A gente pede para que a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) faça uma fiscalização no término da obra, pois, desde que tudo começou por aqui, algumas pessoas foram se afastando do Centro e isso impactou no comércio da região. A gente não tem um número preciso, mas desde 2019, os estabelecimentos sofreram um grande impacto com essas obras e a situação ainda se agravou mais com a pandemia do novo coronavírus”, destaca.

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Além disso, Uilson pede para que seja autorizada temporariamente que os ônibus passem pelo lado esquerdo da via. “As pessoas que trabalham na região terão que andar muito para chegar aos locais de trabalho. Isso não é justo. Vemos carros estacionados de um lado para o outro e por que o transporte coletivo não pode andar na faixa em questão”, questiona.

Por meio de nota, a Seinfra informou que a obra, quando concluída, será entregue “livre e limpa, conforme o contrato e o projeto”.

Novo bloqueio

Por causa das obras foi necessário a criação dos seguintes desvios: no sentido Norte/Sul, o motorista que segue na Avenida Goiás no sentido Norte/Sul, será desviado para a Avenida Araguaia, Rua 4 e Avenida Tocantins, até retomar a circulação da Praça Cívica e acesso à Rua 14. Já no sentido Sul/Norte, o motorista que vem da região Sul para acessar a Avenida Goiás será desviado para Avenida Araguaia e Rua 4, até retomar a circulação na Avenida Goiás. Pelo sentido Oeste/Leste, o motorista que vem do sentido Oeste pela Rua 3 deverá desviar pela Rua 9, Avenida Anhanguera e Rua 7, até retornar à circulação da Rua 3.

A obra, segundo a prefeitura, destaca que os terminais serão planejados e funcionarão como um ponto de chegada e partida do ônibus do corredor, que conta com perfis metálicos e cobertura em telhas de aço zipadas com acabamento de pintura eletrostática branca e proteção termoacústica. “A Prefeitura de Goiânia tem trabalhado dia e noite para fazer da nossa cidade um lugar melhor para se viver e essa obra do BRT é uma das nossas ações que vai mudar a qualidade do trânsito e a mobilidade”, diz o prefeito Rogério Cruz.

As obras do BRT tiveram início em meados de 2015 e, até hoje, tem trechos em construção. Para ter um andamento mais célere, o projeto foi dividido em duas etapas: o trecho I, que consiste entre o Terminal Isidória e o Terminal Cruzeiro do Sul, e o trecho II, que sai do Terminal Recanto do Bosque, na região Norte de Goiânia, e passa pela Praça do Trabalhador, Praça Cívica, Praça do Cruzeiro e vai até o Terminal Isidória. A expectativa é que o trecho II seja entregue no segundo semestre deste ano e o trecho I no início de 2022.

Porém, a situação ainda esbarra em uma perícia do Ministério Público Federal (MPF). Em março de 2018, o Paço, Consórcio do BRT e MPF assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) estabelecendo mudanças no cronograma e na liberação de verbas para que o Trecho II fosse finalizado em outubro de 2020.

Como o prazo não foi cumprido, a gestão anterior encaminhou um pedido de prorrogação do tempo que estava definido no acordo e apresentou as justificativas para o descumprimento. Por isso, a Seinfra aguarda o resultado do órgão ministerial da União para ter uma segurança jurídica sobre a extensão do prazo.

Por meio de nota, o MPF informou que “está avaliando o pedido da prefeitura. O procurador da República, Hélio Telho Corrêa Filho, solicitou uma vistoria à área técnica de engenharia do MPF, que está fazendo os levantamentos e ainda não concluiu o seu parecer em relação ao Trecho I.” Este último trecho consiste em ser entre os terminais Isidória e Cruzeiro, em Aparecida de Goiânia.

A prefeitura conseguiu convencer, no primeiro semestre de 2020, que Hélio Telho, que foi responsável pela assinatura do TAC, a iniciar a licitação e a obra do Trecho I mesmo sem a finalização da parte necessária do Trecho II. A licitação chegou a ser feita em julho e as obras até iniciaram, mas com a análise técnica do MPF, houve o pedido para a suspensão dos trabalhos e é a realidade atual no trecho. As máquinas chegaram a abrir o corte do canteiro central para a realização da pista de rolamento.

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