Cai número de casos de dengue em Goiás mas internações aumentam

O Comitê Estadual de Investigação de Óbito Suspeito por Arboviroses confirmou 137 mortes relacionadas a essas doenças, enquanto 151 óbitos estão sob investigação

Postado em: 27-04-2024 às 09h00
Por: Ronilma Pinheiro
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Goiás registrou um total de 122.579 casos confirmados de dengue e 244.083 notificações | Foto: Divulgação/SES-GO

Até o momento Goiás registrou um total de 122.579 casos confirmados de dengue e 244.083 notificações, segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). O Comitê Estadual de Investigação de Óbito Suspeito por Arboviroses confirmou 137 mortes relacionadas a essas doenças, enquanto 151 óbitos estão sob investigação.

De acordo com os dados, os sorotipos 1 e 2 representam a maioria dos casos, com 33% e 67% respectivamente, enquanto o sorotipo 4 é responsável por uma parcela mínima, apenas 0,1%. A situação é tão grave que 139 municípios estão atualmente em estado de emergência devido às arboviroses, levando à instalação de 223 gabinetes de crise em todo o estado.

Comparativamente, o ano anterior registrou números consideravelmente menores, com 69.727 casos confirmados ao longo de 2023 e 57.506 casos notificados nas 16 primeiras semanas do ano. Os 55 óbitos confirmados em 2023 destacam a gravidade do aumento atual e a urgência de medidas eficazes para conter a propagação dessas doenças transmitidas por vetores.

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A boa notícia é que houve uma queda significativa no número de casos, com um percentual de 22,65% de redução entre as semanas 12 e 15 deste ano. Mas apesar da redução, a SES-GO emitiu um alerta enfático durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (25) sobre a persistente ameaça da dengue na região. Isso porque as internações continuam aumentando, com um total de 2.684 casos desde o início do ano, em comparação com 153 no mesmo período de 2023.

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, enfatiza a recente redução sustentada nos casos de dengue em Goiás, porém, salienta que isso não corresponde necessariamente a uma diminuição nas internações. Ela explicou que o padrão usual é que, após um aumento nos casos, as internações também aumentem, seguidas por uma queda posterior. Esse processo demanda atenção contínua dos gestores de saúde e da população em geral.

Flúvia ressalta a importância de buscar atendimento médico logo após o surgimento dos primeiros sintomas da doença, evitando a automedicação em casa. Ela também abordou a questão da vacinação, destacando que mais de 90% das doses disponibilizadas pelo Ministério da Saúde já foram utilizadas, restando apenas cerca de 10 mil doses em alguns municípios. Os 90% da população vacinada contra a dengue, representa a aplicação de 148.098 doses enviadas pelo Ministério da Saúde.

Apesar de 155 municípios já terem esgotado suas doses, Flúvia enfatizou que a lista dos locais ainda com doses disponíveis está sendo divulgada no site da SES, incentivando aqueles que ainda não se vacinaram a procurar um posto de vacinação. Ela lembrou que esse lote específico da vacina está liberado para pessoas de 4 a 59 anos de idade, garantindo também a segunda dose para aqueles que já receberam a primeira.

Flúvia ressalta a importância das medidas de controle do vetor para evitar um aumento nos casos. Ela também expressou preocupação com a chikungunya, que apresenta sintomas mais prolongados e fortes, e reforçou a importância de eliminar os criadouros do mosquito transmissor, que são os mesmos para ambas as doenças.

O aumento expressivo dos casos de influenza também preocupa, marcando a transição da sazonalidade das doenças. A superintendente faz um apelo à população para manter as medidas de prevenção mesmo com a administração de vacinas.

A superintendente de Regulação, Controle e Avaliação da SES, Amanda Limongi, ressaltou que a diminuição dos números de notificações não reflete uma redução nas internações, destacando a importância de buscar atendimento médico imediato ao primeiro sinal da doença. Este ano, foram notificados 240.150 casos de dengue, com 120.193 confirmações e 135 mortes registradas, além de 150 óbitos em investigação.

O Governo de Goiás alocou mais de R$ 5 milhões para os municípios adquirirem medicamentos para o tratamento da dengue e chikungunya. A medida é executada pelo Gabinete de Combate às Arboviroses.

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