Golpes por aplicativos de mensagens se tornam cada vez mais frequentes

Pela facilidade, golpes através do WhattsApp fazem mais vítimas

Postado em: 26-07-2021 às 07h41
Por: Maiara Dal Bosco
Imagem Ilustrando a Notícia: Golpes por aplicativos de mensagens se tornam cada vez mais frequentes
Pela facilidade, golpes através do WhattsApp fazem mais vítimas | Foto: Reprodução

Cada vez mais comuns, os golpes em aplicativos de mensagens como o Whatsapp, por exemplo, não têm poupado nem mesmo as autoridades. Na última semana, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, comunicou em uma rede social que teve o número de telefone clonado. Semanas antes, uma assessora da Prefeitura de Goiânia também teve o mesmo problema. O percentual de usuários brasileiros que tentou abrir pelo menos uma vez links enviados para roubar dados representa 19,9% dos internautas do país, segundo levantamento feito pela empresa de segurança da informação Kaspersky sobre práticas de phishing e spam no mundo.  

Ao comunicar que havia sido vítima de um golpe, o prefeito da segunda maior cidade do Estado fez um alerta. “Como vocês já sabem, clonaram o meu WhatsApp. Estou em contato com a empresa para recuperar minha conta. Ainda não tenho acesso. Então, desconsiderem qualquer mensagem que chegar porque é GOLPE! Vocês já têm verificação em duas etapas? Se não, coloquem porque é muito importante”, publicou Gustavo Mendanha.  No caso da assessora, golpistas tentaram se passar por ela e pediram dinheiro aos contatos da profissional.

Neste ano, o Procon Goiânia já havia alertado a população sobre o golpe de clonagem da conta do Whatsapp. O Procon  destaca que o golpista pega um número de celular na internet, geralmente de sites de anúncios, e liga para a vítima relatando um falso problema no cadastro. Para corrigir, ele diz que vai enviar para a pessoa um número de protocolo e pede que a pessoa passe o código de seis dígitos que vai chegar por SMS mas, na verdade, os números são para instalar o aplicativo  no aparelho da vítima.  Após a clonagem, o golpista passa a enviar mensagens para os contatos da pessoa pedindo dinheiro em seu nome.

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Segurança

Fernando Abdelaziz, advogado no Lara Martins Advogados e especialista em proteção de dados e privacidade, explica que os chamados iniciadores de pagamento, como é o caso do Whatsapp Pay, são serviços seguros porque todas as empresas com quais esse serviço de pagamento vai funcionar estão sob a regulação do Banco Central e que, com isso, estão sujeitas às punições da autarquia federal. “Do ponto de vista jurídico, essa regulação é suficiente para que todas as instituições envolvidas trabalhem de forma a garantir o máximo de segurança possível para o usuário. Além disso, é importante lembrar que o Facebook, dono do Whatsapp, trouxe importantes ferramentas de segurança para o seu aplicativo”, afirma.

Ainda assim, segundo o especialista, apesar de todas as medidas de segurança, é esperado um aumento das tentativas de golpes, assim como aconteceu com o PIX no ano passado, período em que foi lançado. “Veremos um aumento de golpes realizados por meio do que a gente chama de ‘Engenharia Social’, que é um método que o criminoso em que o golpista vai fazer uso da persuasão, muitas vezes abusando da confiança da vítima para obter essas informações privilegiadas. Além disso, haverá muitos golpes porphishing’, que é quando a vítima recebe uma mensagem que imita uma pessoa ou uma organização que confia, comum de ser feito com familiares, banco ou órgãos do governo”, destaca Fernando.

Outro ponto importante, segundo Fernando, é que o Whatsapp Pay é um iniciador de pagamento, o chamado “PISP”. “O aplicativo não toca no dinheiro da pessoa em momento algum, nem transfere para uma conta intermediária antes de realizar a transação. Além disso, o Whatsapp Pay vai exigir do usuário que ele cadastre um cartão de débito mas quando a conta em que esse cartão está vinculado é associado a outro dispositivo, o Whatsapp não vai automaticamente transferir essas informações do cartão pra essa nova ativação em um dispositivo diferente, então se a vítima tiver o celular clonado, ela não vai ter o cartão automaticamente copiado junto”, pontua.

Cuidados

De acordo com o advogado, assim como no caso dos golpes com PIX, o principal fator que facilita a realização deles é a falta de atenção do usuário, e que, por isso, é preciso usar esses Iniciadores de Pagamentos – como  no caso do Whatsapp – com atenção. “Também é importante não clicar em links duvidosos, bem como desconfiar de mensagens ou propagandas muito vantajosas ou que não temos o costume de receber, porque muitas delas utilizam de produtos ou serviços para receber em troca os dados do usuário”, afirma Fernando.

O especialista também alerta sobre a importância de não repassar códigos recebidos via SMS, porque os golpistas costumam clonar o Whatsapp e se passar pela vítima quando obtêm o código de confirmação do aplicativo de mensagens. Por este motivo, se o usuário receber o código sem ter solicitado, deve ignorar a mensagem ou entrar em contato com o suporte do respectivo serviço por canais oficiais.

Outros cuidados recomendados pelo especialista são a ativação da autenticação em dois fatores, atenção com aplicativos falsos que se apresentam semelhantes aos oficiais e a pessoa ou o usuário se certificar de que o contato com o qual está trocando mensagem é confiável.

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