Cerca de 250 turistas brasileiros na África do Sul pedem voo de repatriação

Cerca de 250 pessoas cobram ajuda para voltar para casa; Brasil fechou fronteiras por conta da variante do coronavírus

Postado em: 01-12-2021 às 08h12
Por: Maiara Dal Bosco
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Cerca de 250 pessoas cobram ajuda para voltar para casa; Brasil fechou fronteiras por conta da variante do coronavírus | Foto: Reprodução

O anúncio da nova variante do coronavírus, a Ômicron, considerada mais contagiosa, fez com que o Brasil fechasse as fronteiras para viajantes vindos de países como a África do Sul. O Ministério das Relações Exteriores comunicou que acompanha a situação dos cerca de 250 brasileiros que estão no país e que procura voos que possam trazê-los de volta, entre eles um goiano.

A reportagem conversou com o jornalista goiano João Camargo Neto, um dos brasileiros que estão na África do Sul impossibilitados de retornar ao Brasil. Ele, que está em Cape Town desde o dia 30 de outubro realizando um intercâmbio de um mês para aperfeiçoar o idioma Inglês, ainda não tinha agendado a volta para o Brasil quando soube da nova variante e das novas medidas sanitárias. “O plano era retornar quando tivesse algum compromisso presencial no Brasil. Agora, entretanto, eu preciso voltar, porque não sei quanto tempo essa situação vai perdurar”, destacou.

João conta que não tem conhecimento de outros goianos na mesma situação no país. Segundo ele, grande parte dos brasileiros é de estados como São Paulo e Minas Gerais, mas que é difícil estimar ao certo quantos brasileiros são, ao todo, embora acredite que a Embaixada tenha acesso a esses dados, por conta da imigração. “Na última sexta-feira (26), um dia após termos tomado conhecimento da nova variante, os voos já foram cancelados em efeito cascata. Agora, alguns estão sendo retomados, para destinos como Londres, por exemplo”, afirma.

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Voos

Segundo informou a Embaixada Brasileira na África do Sul, a British Airlines e a Virgin Atlantic retomarão os voos partindo do país a partir de hoje (01), e que, não haveria impedimento, por parte das cias aéreas ou das autoridades britânicas, para que brasileiros embarquem nesses voos e realizem escala no Reino Unido com destino final no Brasil.

Já a Ethiopian Airlines informou, ontem (30), que os voos para São Paulo-Guarulhos a partir de Joanesburgo, com conexão em Addis Abeba, continuam em operação, sendo programados para os domingos, às terças-feiras e sextas-feiras. Contudo, a companhia advertiu que os voos das próximas semanas já estão com a lotação esgotada e os voos com lugares disponíveis para as semanas seguintes estão sendo preenchidos rapidamente.

Mesmo assim, o jornalista vê outra questão que dificulta o retorno. “O valor dos voos é inviável, estamos falando em cerca de R$ 30 mil, e falamos, principalmente de estudantes. Eu mesmo vim para estudar”, ressalta.

Para ele, a solução seria um voo de repatriação. “Não falo isso de forma aleatória. Angola, por exemplo, já está repatriando os cidadãos Angolanos. O que a Embaixada nos informou é que não atenderia ninguém de forma individual”, destaca. João conta ainda que enviou e-mails para a Embaixada do Brasil, mas o retorno que obteve foi relativo a sugestão de locais com custo mais baixo para hospedagem, e, ainda, o preenchimento de um formulário em que o Governo Brasileiro está coletando dados dos brasileiros que estão no país, impedidos de retornar ao Brasil.

Embaixada

Em uma rede social, a Embaixada do Brasil na África do Sul afirmou, ontem (30), que continua em contato com Embaixadas de outros países, cujas companhias aéreas operam na África do Sul, com o objetivo de que aceitem passageiros em trânsito com destino ao Brasil. “O governo brasileiro seguirá prestando toda a assistência consular cabível aos nacionais retidos e fazendo as gestões ao seu alcance com vistas a proporcionar o regresso desses nacionais o mais rapidamente possível por meio dos voos regulares”, destacou.

A Embaixada tem renovado gestões junto às cias aéreas que operam na África do Sul para tentar viabilizar a partida dos nacionais o quanto antes e junto às embaixadas dos países de origem das cias para que se permita o trânsito em seus aeroportos e se honrem os bilhetes emitidos. 

Entenda

Para conter a nova variante do coronavírus, o Brasil anunciou o fechamento das fronteiras aéreas com seis países da África. A informação foi confirmada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.A restrição afeta os passageiros oriundos da África do Sul, Botsuana, Lesoto, Eswatini, Namíbia e Zimbábue.

A nova cepa do coronavírus identificada pela primeira vez na África do Sul, batizada de ômicron, foi declarada na sexta-feira uma variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde. Ainda na sexta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou ao governo que restrinja os voos e viajantes de países do sul do continente africano, entre eles a África do Sul. A decisão brasileira seguiu restrições de viagens impostas por diversos países, como Reino Unido, Estados Unidos e a União Europeia. (Especial para O Hoje)

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