Economia: produção de aves cresce e Goiás fica em sexto no ranking

Entretanto, fatores como queda de energia seguem sendo preocupação para produtores.

Postado em: 02-12-2021 às 08h24
Por: Maiara Dal Bosco
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Entretanto, fatores como queda de energia seguem sendo preocupação para produtores. | Foto: Reprodução/Internet

Dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico (IBGE) colocam Goiás na 6ª posição no ranking nacional de estados e Distrito Federal e na 1ª posição no Centro-Oeste com relação ao rebanho de galináceos. Os números consolidados referem-se ao ano de 2020, e dão conta de que Goiás tem um rebanho de galináceos, grupo que inclui galinhas, galos, frangos, patos e outras aves, excetuando-se as codornas, de 93.365.406 cabeças.

De acordo com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (SEAPA), outro indicador importante é a Estatística Trimestral da Produção Pecuária, também do IBGE. Em setembro deste ano, em sua última divulgação, o IBGE revelou que o número de abates de frangos no 2º trimestre deste ano – abril, maio e junho – foi de 112,78 milhões de cabeças, o que representou um recorde entre os segundos trimestres da série histórica iniciada em 1997. 

O resultado configurou uma alta de 29,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, Goiás ocupa a 6ª posição em abates no 2º trimestre de 2021 em relação ao Nacional e 1ª posição em relação ao Centro-Oeste. A produção de carcaça de frango deu um salto de 42,9% em volume no referido período, na comparação com os meses de abril, maio e junho de 2020, chegando a 271,93 mil toneladas.

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Neste cenário, a Associação Goiana de Avicultura (AGA) ressalta que os municípios que mais se destacam na avicultura são Palmeiras de Goiás, Rio Verde, Mineiros, Jataí, Itaberaí, Nova Veneza, Pires do Rio e Buriti Alegre. “Goiás é um grande produtor de frango e de ovos, e que consome apenas cerca de 30% do que produz, sendo que os outros 70% vai para outros estados. Com isso, a avicultura é uma atividade que gera grande movimentação de recursos e de distribuição de renda e de emprego. Nas empresas associadas na AGA, são gerados mais de 30 mil empregos diretos em Goiás”, afirma Cláudio Almeida Faria, presidente da AGA.

Setor novo no Estado

O presidente lembra que a avicultura em Goiás pode ser considerada recente, e que deu um grande salto há cerca de 30 anos. “Com as empresas locais e também a chegada de empresas de outros Estados, como a Perdigão e a Pif Paf, houve um impulso no crescimento da avicultura no Estado”, afirmou Cláudio. Ele destaca o crescimento expressivo ocorrido em 2019 no setor. “Em 2019, o segmento cresceu 38% em apenas um ano. Essa condição de estar entre os Estados mais produtores nos trouxe até aqui muito pela oferta de grãos do Estado, que era um fator de competitividade. 

Para ele, a expectativa para o próximo ano é de crescimento.  “Nos últimos dois anos tivemos grandes altas nos preços dos insumos, o que nos limitou o crescimento, tanto pela alta desses insumos quanto pela cobrança de impostos. Agora projetamos mais crescimento para 2022, já que temos potencial e interesse em continuar crescendo, ainda mais com a melhora do cenário de pandemia”, destacou Cláudio.

Queda de energia emperra crescimento do setor

Mesmo em um cenário de crescimento, há fatores que afetam diretamente a competitividade do setor. Entre eles, as quedas de energia, que resultam em gastos extras para os produtores, especialmente com combustíveis para geradores e manutenção, sobretudo quando se pensa na manutenção das granjas funcionando.

“O animal frango é criado em regime de confinamento de escala, e como são animais de pequeno porte e de ciclo curto de vida – de 40 a 47 dias qualquer fator externo como queda de energia provoca o desligamento dos equipamentos que mantêm o ambiente controlado, o que pode provocar uma perda considerável, já que há entre 100 e 150 mil frangos nas granjas. Às vezes não há morte dos animais, há prejuízo no desenvolvimento destes”, explica o presidente da Associação Goiana de Avicultura (AGA), Cláudio Almeida Faria. Além disso, ele lembra que, além das granjas, o setor depende da energia para o congelamento dos produtos, nos frigoríficos e nos centros de distribuição.

Cláudio Faria destaca ainda que, no comparativo com 2019, houve melhora no cenário das quedas de energia, mesmo que ainda aquém da expectativa dos produtores. “O que temos sentido é que entre o período de seca e de chuva há algumas interrupções [de energia]. Essas interrupções são extremamente impactantes e nos preocupa essa oscilação. As redes têm que ser mais protegidas. Teve uma melhora de 2019 para cá, mas de forma tímida, ainda há muito para ser feito”, afirma.

Valor Bruto da Produção

De acordo com dados divulgados em novembro pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a estimativa para o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Goiás em 2021 é de R$ 95,03 bilhões. Divulgado mensalmente, o VBP é baseado no preço recebido pelo produtor nas principais praças do País, e permite o acompanhamento da produção agropecuária ao longo do ano.

Segundo o Mapa, os 10 produtos com maior participação no VBP Agropecuária do Estado em 2021 são: soja (36,9%), bovino (16,8%), milho (12,3%), cana (10,4%), frangos (8,4%), leite (6,0%), tomate (3,1%), feijão (1,5%), suínos (1,3%) e ovos (1,1%).  Ainda de acordo com o Mapa, o VBP Agropecuário do Brasil deve chegar a R$ 1,12 trilhão em 2021. Na pecuária, as carnes bovina e de frango aparecem com maior crescimento no ano, ainda impulsionadas pelas exportações. (Especial para O Hoje) 

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