Empresa sabia que porta de ônibus estava estragada antes de passageira morrer em acidente, diz PC

Segundo a delegada responsável pelo caso, Maíra Barcelos, motoristas da empresa relataram a falha na porta antes do acidente

Postado em: 09-09-2022 às 18h11
Por: Ana Bárbara Quêtto
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Segundo a delegada responsável pelo caso, Maíra Barcelos, motoristas da empresa relataram a falha na porta antes do acidente | Foto: Divulgação/PC

A Polícia Civil informou, durante uma entrevista coletiva, nesta quinta-feira (8/9), que a empresa Metrobus sabia do defeito na porta de um dos ônibus do Eixo Anhanguera, que resultou na morte da passageira Leidiane Teixeira, no dia 17 de agosto.

A mulher, de 28 anos, levava uma marmita e, quando o veículo fez uma curva fechada, tentou se apoiar na porta do ônibus. No entanto, a porta se abriu e, logo, acabou se desequilibrando e caindo para fora do automóvel movimento.

Segundo a delegada responsável pelo caso, Maíra Barcelos, motoristas da empresa relataram a falha na porta antes do acidente.

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“Havia um desgaste na peça de travamento dessa porta que fazia com que uma simples pressão sobre ela a abrisse. Foi o que aconteceu no caso da Leidiane. Temos relatos de motoristas informando que esse problema na porta já havia sido relatado anteriormente”, afirma a investigadora.

Em entrevista ao G1, a Metrobus afirma não ter sido informada sobre a conclusão do laudo pericial e que irá se pronunciar apenas às autoridades responsáveis, após o recebimento oficial do documento.

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O estabelecimento disse, ainda, que “vem colaborando com as investigações e que prestou todas as informações correspondentes à manutenção preventiva do ônibus”.

De acordo com a delegada, a polícia recebeu uma documentação da empresa com a Polícia Técnico-Científica, que fez a perícia no veículo. No texto, consta o relato dos dois motoristas que informaram o defeito no rolamento da porta.

Ambos apontaram a regularidade nos dias 26 de julho e 11 de agosto deste ano. Além das alegações, a Polícia Militar também recebeu o relatório de manutenção do veículo, de janeiro até a data do acidente.

A documentação ainda será analisada, com o intuito de descobrir se os ônibus passaram por manutenções após o relato dos condutores. “Se ficar comprovada que algum servidor tinha que ter feito essa manutenção e não o fez, ele também pode responder por homicídio culposo”, explicou a delegada.

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Investigação

A polícia conta que alguns laudos, que devem ser enviados à delegacia nos próximos dias, estão no Instituto de Criminalística. Entre eles, estudo sobre a pista, velocidade da pista e sobre o próprio acidente.

Também deve ser encaminhado o laudo de vistoria do veículo, que indica se alguma outra peça ou equipamento está estragada. Ainda serão ouvidos: a chefe de manutenção dos veículos; o motorista que conduzia o ônibus durante o acidente; os condutores que relataram as falhas e as testemunhas que presenciaram o fato, conforme María.

“A situação dos ônibus é precária, é muito difícil a forma que eles estão tratando a segurança dos usuários e dos próprios funcionários”, disse a promotora Leila Maria, que aconselhou que veículos com mais de cinco anos de uso sejam retirados da frota.

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