Pix terá alterações para rastrear contas laranjas e evitar golpes

Um das propostas seria ampliar o bloqueio não apenas da primeira conta que recebe os valores, mas sim, até a quinta camada de ramificação

Postado em: 17-10-2022 às 08h55
Por: Rodrigo Melo
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Um das propostas seria ampliar o bloqueio não apenas da primeira conta que recebe os valores, mas sim, até a quinta camada de ramificação | Foto: Marcello Casal Jr

O sistema de pagamentos instantâneos Pix irá reformular o chamado “mecanismo especial de devolução”, utilizado para recuperar valores desviados por golpes. De acordo com o Banco Central (BC), a medida visa aperfeiçoar as regras de rastreamento para identificar “contas laranjas”. Elas são usadas para distribuir o dinheiro de vítimas em contas diversas.

No Brasil ocorreram 844.821 tentativas de golpes envolvendo o Pix de janeiro a junho deste ano, de acordo com dados do levantamento feito por uma empresa de cibersegurança, PSafe. Se comparado ao primeiro semestre do ano passado, foram 65.433 tentativas de golpe, um aumento de 1191%.

Participantes do mercado e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) foi o grupo de trabalho que apresentou as alterações no final de setembro. O BC irá atender algumas das sugestões, de acordo informações do O Estado de S. Paulo.

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Em documento publicado na página da autoridade monetária descreve a criação de uma notificação automática da chamada “ramificação de valores”. Essa seria uma medida de identificar o momento em que golpistas transferem imediatamente o valor extorquido da vítima para diversas contas laranjas para dificultar o rastreio. A ferramenta é considerada uma das prioridades do órgão regulador.

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Rapidez no rastreio de valores roubados

A principal sugestão descrita no relatório do grupo de trabalho é “a abertura automática de eventos para casos de triangulação de valores utilizando o Pix”. A medida seria para agilizar o rastreamento do dinheiro, já que o procedimento atual dificulta a ação rápida para a recuperação do dinheiro.

Atualmente, quando o cliente percebe que foi vítima de uma fraude, contesta para seu prestador de serviços de pagamento e notifica o crime. Esse processo, segundo o grupo de trabalho, leva muito tempo para que seja possível bloquear e rastrear o dinheiro.

Outra proposta seria ampliar o bloqueio não apenas da primeira conta que recebe os valores, mas sim, até a quinta camada de ramificação, o que seria as contas que embolsam os recurso. Para isso também foi sugerido um limite de até 30 minutos após o recebimento da transação para a abertura para abrir uma ramificação.

O grupo de trabalho especula que muitas das alterações devem demorar pelo menos oito meses para seu desenvolvimento. Antes de entrar em operação, ainda há o tempo de dois meses para homologação em ambiente controlado.

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