80% do comércio da 44 é liderado por empreendedoras

O segundo maior polo de moda do país movimenta por mês em torno de R$ 650 milhões e boa parte é gerado por mulheres

Postado em: 05-05-2023 às 08h27
Por: Redação
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O segundo maior polo de moda do país movimenta por mês em torno de R$ 650 milhões e boa parte é gerado por mulheres | Foto: Divulgação

O Grupo Mega Moda desenvolveu uma pesquisa com seus lojistas a fim de entender sobre a produção de moda comercializada no atacado. Segundo os dados, levantados em janeiro deste ano, mais de 80% das pessoas empreendedoras são mulheres. Inaugurado em 2011, o Mega Moda Shopping possui mais de 1.300 lojas e uma área construída de 34 mil m2. O shopping está localizado na região da 44, em Goiânia, polo de moda que mais cresce no país. 

“Quando falamos do impacto financeiro, não estamos apenas pensando na empresária, mas em toda a cadeia da moda – costureiras, vendedoras a influenciadoras que trabalham para dar visibilidade às peças. Hoje, falamos que a Região da 44 movimenta por mês em torno de R $650 milhões, e boa parte disso é produzido, gerado, vendido por mulheres. Temos muitos casos em nosso complexo de empresárias que começaram vendendo de porta em porta e hoje possuem várias lojas e vendem para todo o país”, afirma Chrystiano Camara, Diretor de Operações do Grupo Mega Moda.

Localizada na capital goiana, a Região da 44 é o segundo maior polo de comercialização de moda atacadista em todo o Brasil. Responsável por gerar mais de 170 mil empregos diretos na região metropolitana, possui mais de 15.500 pontos de vendas, dentro de shoppings ou galerias, mais 6.500 bancas da Feira Hippie. Além disso, movimenta uma dinâmica cadeia produtiva que gera emprego e renda e envolve mais de 20 municípios do estado de Goiás.

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A região comercializa, no atacado e varejo, os mais variados artigos de roupa e artigos de moda. Turistas de compras e atacadistas de diversas regiões do Brasil visitam a região. Segundo dados da Associação dos Empresários da Região da 44 (AER44), cerca de 250 mil turistas de compras passam pelo polo de moda atacadista por semana. Próximo às festas de final de ano, esse número chega a até 600 mil pessoas.

Conforme a pesquisa da AER44, o ticket médio, indicador que mensura a performance de vendas, da Região 44 é de cerca de R $5 mil a R $8 mil. Em termos comparativos, se a região fosse uma cidade, seria a quarta do estado de Goiás que mais gera renda. A respeito da produção, a Mega Moda Shopping questionou mais de 1100 participantes e 73% responderam que as roupas são confeccionadas dentro do próprio estado. Destas, cerca de 70% produzem em Goiânia, 12% em Aparecida de Goiânia e o restante em outros municípios. 

Surgimento da 44

A Região da 44 surgiu a partir da transferência da Feira Hippie de Goiânia para a Praça do Trabalhador, no Setor Central da capital. Isso ocorreu no ano de 1995 e, na época, a feira já tinha uma forte e consolidada vocação para o comércio de confecções. Além disso, era considerada a maior feira da América Latina realizada a céu aberto. As primeiras galerias de lojas surgiram a partir dos anos 2000. 

O Hotel e o Shopping Imperial foi um dos empreendimentos pioneiros da região e foi construído justamente na esquina da Rua 67-A com a Rua 44. Hoje, o maior pólo atacadista de moda do Centro-Oeste e o segundo maior do Brasil, compreende mais de 137 empreendimentos, entre shoppings, galerias e hotéis, que estão concentrados em nove ruas, mais três avenidas da Região Central de Goiânia. 

Empreendedorismo feminino 

A indústria da moda goiana foi transformada pelo empreendedorismo feminino. E a vida de diversas mulheres também mudou por conta do crescimento desse segmento. Ana Cláudia Venâncio, de 45 anos, é uma dessas mulheres que tiveram a vida modificada pelo fortalecimento do polo comercial de moda. Nascida em Goiânia, a empreendedora conta que sempre trabalhou no comércio como gestora. 

“Quando me desliguei da última empresa que trabalhei , decidi trabalhar para mim e é claro que seria com moda feminina, pois foi o segmento que sempre estive envolvida”, relata Ana Cláudia. Portanto, há três anos, a goiana abriu a loja Closet 28, que fabrica peças de malha, vestidos, conjuntos de calça e de saia. Segundo a comerciante, não trabalharia com outra coisa ‘porque a vida de quem fabrica é muita correria’.

No começo, Ana não esperava que seu empreendimento tivesse a proporção que tem hoje. “Quando a gente começa, não existe um norte a seguir, porque ninguém te ensina o caminho. Então o crescimento veio bem depois, ainda nada significativo, porque no início é muito investimento”, conta ela. Hoje, a comerciante conta com uma gama bem maior de clientes em relação aos anos anteriores e espera que as vendas cresçam cada vez mais. 

Outro exemplo de empreendedora é Ayla Thaynara Deus, fundadora das marcas Fina Flor e Ayla Thaynara. A comerciante de 28 anos nasceu em Brasília, mas conta que foi morar em Goiânia quando era bem nova e reside na capital até hoje. Segundo ela, as lojas produzem de 3 a 4 mil peças de vestuário feminino por mês e tem faturamento anual de R$ 1 milhão. 

Com unidade no Mega Moda Park e no Mega Moda Shopping, a loja Ayla Thaynara está em funcionamento há 3 anos e vende roupas à varejo, enquanto a Fina Flor existe há 8 anos e vende por atacado. Conforme Ayla conta, desde o começo, ela já via uma oportunidade de crescimento financeiro. “Em 2015, os lojistas não aceitavam muito a internet e eu vi uma brecha, uma oportunidade”, explica ela.

Segundo Ayla, com o passar dos anos, a proporção de vendas tem crescido bastante. “O mercado online cresceu e quem soube inovar e se destacar cresceu junto”, ela expõe. A empreendedora explica que ‘o que salvou a empresa foi a pandemia’. Como Ayla já estava com uma presença forte na internet, o número de clientes se intensificou e as marcas ficaram cada vez mais conhecidas.

Conforme Ayla relata, o que a levou a abrir lojas no segmento de moda foi o conhecimento de empreendedorismo que adquiriu. “Trabalhei por 7 anos no Sistema S e aprendi muito sobre empreendedorismo e posicionamento de mercado”, explica ela. Com o crescimento das marcas, Ayla conta que obteve cada vez mais responsabilidade e formalização no mercado.

Hoje, ela conta com mais de 6 colaboradoras, todas mulheres. “A força feminina neste segmento é muito forte. Além de ter muitas mulheres à frente dos negócios, a maioria das minhas clientes que compram no atacado também são empresárias em suas cidades”, destaca. Para ela, a presença feminina neste segmento é muito importante. “A mulher veio pra inovar no mercado”, afirma.  

Dia das Mães

Tanto Ana Cláudia quanto Ayla Thaynara estão ansiosas e preparadas para uma das datas comemorativas mais rentáveis do ano. A Score Detail, empresa de data retail da B&Partners, em parceria com a Hibou, empresa de pesquisa e insights de mercado e consumo, fez um levantamento do Pulso de Dia das Mães. Após entrevistar 1123 pessoas, foi possível medir as expectativas dos brasileiros para uma das datas mais importantes do varejo.

Em relação às compras, a pesquisa perguntou para as mães quais seriam os presentes que elas querem ganhar. Dentre 18 opções, 41% das entrevistadas afirmaram o segmento de vestuário. Os segmentos de viagem, perfumes e calçados correspondem a 39%, 37% e 35%, respectivamente. Bolsas e acessórios atingiram 30% das mães. Por fim, joalheria, bem-estar (Spa day, massagem, etc.) e dia de beleza (estética) foram escolhidos por 28%, 24% e 20% das entrevistadas, respectivamente.

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