70% das pessoas trans enfrentaram insegurança alimentar durante a pandemia de covid-19

Pesquisador comenta que as causas da insegurança envolve a discriminação que dificulta o ingresso no mercado de trabalho

Postado em: 10-05-2023 às 10h14
Por: Rodrigo Melo
Imagem Ilustrando a Notícia: 70% das pessoas trans enfrentaram insegurança alimentar durante a pandemia de covid-19
Pesquisador comenta que as causas da insegurança envolve a discriminação que dificulta o ingresso no mercado de trabalho | Foto: Fernanda Frazão

Sete em cada dez pessoas transgênero enfrentaram insegurança alimentar durante a pandemia de covid-19, ou seja, não tinham condições de fazer todas as refeições do dia, nem como comprar alimentos, passando fome.

A comprovação é do estudo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal do Paraná (UFP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB), publicado nesta quarta-feira (10/5), na revista científica americana Plos One.

O principal autor do artigo e professor de nutrição da UFPB, Sávio Marcelino Gomes, comenta que as causas da insegurança envolve a discriminação que dificulta o ingresso no mercado de trabalho

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“À medida que sofrem rejeições de empregos, sofrem violências dentro do mercado de trabalho, do setor da educação e também na área de assistência em saúde, quando tentam acessar a atenção primária, essas pessoas sofrem também experiências de estigma, e tudo isso junto, coloca essas pessoas em uma posição social de vulnerabilidade aos piores males que nossa sociedade tem. E a fome é um deles, apesar de a gente não [ter] esse resultado de forma nacional, porque nossos inquéritos, por muito tempo, também não mostram essa população. É uma população que está invisibilizada”, afirma Gomes, que é doutor em saúde pública.

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Pesquisa

O critério aplicado para se definir o estado de insegurança alimentar foi o da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Como forma de averiguar o cenário, a equipe de cientistas analisou relatos de experiências de 109 pessoas, que fazem parte de um quinto do grupo minoritário, por meio de um questionário. Os participantes, que responderam de modo voluntário, eram de todas as regiões do país, sendo a maioria negra. (Com informações da Agência Brasil)

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