Maternidades de Goiânia suspendem atendimentos por falta de itens básicos de saúde

A Fundahc afirma que a dívida da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com a organização ultrapassa R$ 67 milhões

Postado em: 21-07-2023 às 17h15
Por: Tathyane Melo
Imagem Ilustrando a Notícia: Maternidades de Goiânia suspendem atendimentos por falta de itens básicos de saúde
Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI) | Foto: Divulgação / Associação Médica de Goiás (AMG)

Três maternidades públicas de Goiânia suspenderam as cirurgias eletivas e não estão aceitando novos pacientes. A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc), administradora das unidades, afirmou que as gestões das unidades não conseguem comprar itens básicos, devido ao atraso no recebimento de verbas públicas.

De acordo com as informações divulgadas pela Fundahc, a dívida da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com a organização, ultrapassa R$ 67 milhões. Foi informado que com o atraso de envio de verbas, as unidades não estão conseguindo comprar itens básicos como comida, produtos de higiene, medicamentos, soro, máscaras, luvas, toucas, seringas, além do pagamento dos funcionários.

Com isso, a fundação decidiu suspender as cirurgias eletivas que demandam insumos e também encerrou a oferta de vagas para agendamento de procedimentos nas unidades Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI), Maternidade Nascer Cidadão (MNC) e Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC). Essas últimas também não estão realizando internações.

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As unidades afetadas são responsáveis por diversos atendimentos de saúde na capital e em todo o estado de Goiás. Juntas, elas realizam cerca de mil partos mensais, 17 mil exames laboratoriais e de imagem, incluindo mamografias e ultrassonografias, 3,4 mil consultas médicas, 150 cirurgias eletivas e 5,8 mil atendimentos de urgência e emergência.

A Fundahc afirmou que tem buscado o diálogo com representantes do Executivo municipal, enviando ofícios e solicitando reuniões, mas não tem obtido retorno. “A Fundahc adotou todas as medidas possíveis para manter o serviço até este momento, sempre na tentativa do diálogo. Foram enviados ofícios convidando representantes do Executivo municipal para reuniões com a fundação, fornecedores e gestores das unidades, todos sem retorno”, afirma.

A organização reforçou que mantém apenas os atendimentos de urgência e emergência, mas a situação exige uma resolução definitiva e imediata para evitar maiores impactos na saúde da população.

“A questão não é a falta de um profissional ou outro, é não conseguir soro, gaze ou alimentação. Uma unidade de saúde só funciona com qualidade e eficiência quando todos os agentes envolvidos entregam devidamente seus produtos e serviços”, finaliza.

A SMS informou, que na manhã desta sexta-feira (21/07), se reuniram com os diretores da maternidade para uma negociação. (Veja nota completa na íntegra)

Íntegra da nota da Secretaria Municipal de Saúde (SMS)

Na manhã desta sexta-feira (21/07), representantes da secretaria estiveram reunidos com diretores da maternidade para uma negociação.

A unidade de saúde está de portas abertas e atendendo normalmente os casos de urgência e emergência.

Nenhum atendimento deixou de ser realizado e, independente de qualquer negociação, a população não sofrerá prejuízos.

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