Moradores do condomínio Parque das Flores relatam piora na situação predial

Condomínio sem energia, esgoto que transborda nas chuvas, estes são os mais novos problemas enfrentados por moradores de condomínio

Postado em: 10-04-2024 às 12h00
Por: João Victor Reynol de Andrade
Imagem Ilustrando a Notícia: Moradores do condomínio Parque das Flores relatam piora na situação predial
Muro externo que antes separava a rua e o condomínio se encontra destruído pela falta de manutenção | Foto: Leandro Braz/O Hoje

A dona de casa Ceumara Barbosa mora no segundo andar da quarta torre do condomínio Parque das Flores, no Setor Pedro Ludovico, juntamente com o seu marido e os três filhos pequenos. Desde que entrou no prédio há uns 10 anos, se depara com a constante degradação do patrimônio coletivo dos moradores. “Desde que eu entrei aqui não tivemos uma coisa boa nesse condomínio. Só problemas se agregando e as contas subindo”, fala a mulher angustiada para a redação.

Contudo, este relato de Ceumara é muito similar ao da sua vizinha de andar Geane Gonçalves, como foi divulgado pelo jornal O Hoje no dia 25 de março. Contudo, o que foi relatado novamente e apurado presencialmente pela reportagem é uma piora nos problemas de manutenção do prédio duas semanas depois da divulgação. Agora, outros quatro novos, e seminovos, problemas aguardam os moradores do prédio com as contas bancárias que já estão apertadas. 

Esta bola de neve que parece não parar de crescer assombra a vida dessas pessoas que se reuniram aos montes no pátio dos prédios nesta última quarta-feira (3) para denunciar os abusos e desvios de função sindical para a equipe do jornal. São pouco menos de 80 pessoas que moram nas cinco torres de quatro andares do condomínio. Entre elas, há famílias com crianças pequenas, como é o caso de Ceumara, casais como Carlos Rosa e a sua esposa e aposentados como Luzia.

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Durante a visita foi possível constatar todos estes novos problemas relatados como a uma dívida crescente do condomínio, o mais grave é a situação fiscal com saldo negativo de R$ 1800, além de empréstimos feitos a instituições bancárias como a SICOOB, com valor agregado de quase R$ 80 mil, e repasses financeiros de empresas de contabilidade que ainda não foram pagas. Além disso, acumulam telhas destruídas pelas chuvas sem o reparo programado, esgoto sem manutenção e uma nova parte do muro exterior prestes a desabar. 

Como diz Ceumara, a tubulação do esgoto da quarta torre escoa para a passagem entre os prédios durante a época das chuvas. “A água da chuva se mistura com a do esgoto transbordando e o cheiro sobe para os apartamentos mais baixos”, diz a mulher.

Mas a novidade desta vez, e a que deixou os moradores à flor da pele, foi a energia elétrica do condomínio ter sido cortada pelo não pagamento das contas de luz. De acordo com um vídeo feito pelos moradores com um técnico da concessionária Equatorial, foram sete meses de pagamentos atrasados pelo antigo síndico. Como resposta, os moradores estão desembolsando com o próprio dinheiro para o pagamento das contas e o retorno da eletricidade para o prédio.

Vale ressaltar que os apartamentos possuem eletricidade, porém, as luzes dos corredores, das escadas, do pátio e a energia de todos os dispositivos eletrônicos de segurança dos moradores não funcionam mais. Como exemplo disso as câmeras de segurança, o portão elétrico da frente do condomínio e dos carros não funcionam desde o começo de abril. Além disso, relatam insegurança à noite pela falta de energia que dificulta a vida das crianças e dos idosos, especialmente em escadarias e rampas escurecidas.

Enquanto isso, um novo síndico foi eleito em meados de março pelos moradores com uma nova esperança para o fim dos problemas estruturais do prédio, uma responsabilidade grande para Edieliton Moura. Ele que é jovem, tanto de idade como sendo morador do condomínio com pouco mais de seis meses, quase não compareceu a entrevista pelo cansaço da transição sindical, que como já é de se esperar, é uma transição turbulenta.

Como conta ele, o antigo gestor se recusa a assinar a sua destituição bem como dar o acesso à conta bancária do prédio para Edieliton. Além disso, como foi apurado pelo jornal, o antigo síndico teria feito recentes empréstimos no valor de R$ 50 mil e R$ 30 mil pelas instituições bancárias sob o nome do condomínio. Quando questionado sobre o motivo deste saque e para onde será levado, sequer respondeu aos moradores. “Essa transição toda foi um caos, porque ele corre de todo mundo e sempre fala que tá ocupado, corre dos moradores, corre de mim, até hoje ele tá correndo por aí”, diz o homem com cara cansada para a redação.

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