Mais de 13 mil placas publicitárias irregulares são retiradas em Goiânia

Apesar da presença usual, se trata de uma atividade irregular de anúncios que também podem ser considerados ilegais, como lotes sem escrituras, carros roubados ou até mesmo agiotagem

Postado em: 17-04-2024 às 12h00
Por: João Victor Reynol de Andrade
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Equipes da Agência Municipal do Meio Ambiente fizeram o recolhimento das placas no início de abril | Foto: Divulgação/Secom

As placas de propaganda nas vias públicas são vistas comumente em Goiânia, tanto que a sua presença pode ser considerada “normal” para a maioria dos moradores da cidade. Na maioria das vezes são feitas de duas estacas de madeira presas ao chão com gravuras em um pedaço de tecido. Podem anunciar uma série de coisas, a empreendimentos próximos, venda de carros e lotes, ao famoso empréstimo no cartão de crédito.

Apesar de sua presença usual, se trata de uma atividade irregular de anúncios que também podem ser considerados irregulares, como lotes sem escrituras, carros roubados, ou até mesmo agiotagem. Também por causa disso, a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), faz a fiscalização e o recolhimento destas placas em espaços públicos. 

Como exemplo, de janeiro até a primeira quinzena de abril deste ano, mais de 13 mil faixas irregulares das ruas da capital foram recolhidas pela Amma. As operações de remoção contam com notificações e até autuações, por meio da Fiscalização Ambiental, de responsáveis por anúncios publicitários irregulares. “Estamos removendo uma média de 900 faixas por semana”, explica o presidente da Amma, Nadim Neme, em nota.

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Os locais alvos das operações da pasta em abril foram a Avenida Sol Nascente, no Residencial Jardim do Cerrado, além do Jardim Atlântico, nas proximidades do Parque Cascavel. Também foram retiradas na Avenida Manchester, no Jardim Novo Mundo, e Avenida Anápolis, no Jardim das Amendoeiras.

Conforme o Código de Posturas do Município de Goiânia, com a nova legislação da Lei Complementar nº 368, de 15 de dezembro de 2023, é proibido instalar anúncios publicitários em área pública municipal, incluindo logradouro público, equipamento público urbano e qualquer mobiliário urbano nela instalado.

Além disso, a legislação proíbe os engenhos em área de preservação permanente e unidade de conservação de proteção integral, unidade da arborização pública, monumento que constitua o patrimônio histórico. As publicidades também não podem ser inseridas nas fachadas ou fecho divisório do imóvel ou do estabelecimento, com finalidade mercantil, unidade de ensino público e privado, referente a cigarro ou à bebida alcoólica, e infraestrutura de suporte para redes de telecomunicações.

“Falta muita consciência da população para acabar com a poluição visual propagada pelos engenhos publicitários irregulares. Esse tipo de publicidade está na contramão das boas práticas de marketing, prejudica a estética da cidade, polui o meio ambiente e ainda atrapalha a visibilidade dos motoristas”, explica a diretora de Fiscalização Ambiental da Amma, Hosana Arantes.

No caso dos tapumes, é proibida a instalação das produções publicitárias em instalações e logradouro público para a divulgação de publicidade com finalidade mercantil ou quando o engenho publicitário for luminoso ou iluminado, ou do tipo Dispositivo Transmissor de Mensagem (DTM).

Em Goiânia, os engenhos publicitários instalados de forma irregular podem ser denunciados para a Amma, por meio do telefone 161. Para instalar publicidade de forma regular, o cidadão precisa preencher um requerimento, apresentar toda documentação, para que tudo seja analisado de acordo com a lei na Amma.

O processo de autorização leva em conta o local que não deve provocar aglomeração ou ser prejudicial ao trânsito. Além disso, o conteúdo do material publicitário não pode ser ofensivo à moral, tampouco ter mensagens que sejam desprezíveis a indivíduos, estabelecimentos, instituições ou crenças.

De acordo com o Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU) do Município de Goiânia, cabe como ações da Fiscalização Ambiental de Goiânia “coibir o vandalismo e o uso das unidades arbóreas para outros fins, tais como, para a divulgação de publicidades, mensagens e pinturas”.

“É uma infração ambiental por poluição visual e infração ambiental contra as árvores, uma vez que esses pregos comprometem a saúde dos exemplares arbóreos por permitir a ação de fungos e bactérias”, explica a bióloga e chefe de gabinete da Amma, Wanessa Castro, em nota.

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