Mostra de cinema também é lugar de LGBTT

Elisama Ximenes

Cristiano Sousa, cineasta, prefere retratar a vida e o universo LGBTT em seus curtas. Suas produções conquistaram prêmios no mundo todo. No entanto o diretor sentia falta de festivais de cinema com essa temática no Centro-Oeste. Foi então que resolveu criar o I Festival da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás (Digo). O evento, pioneiro no Estado e na região, conta com mostras cinematográficas, oficinas, shows, performances, exposições, intervenções artísticas, lançamentos de livros e bate-papo – de hoje (13) a 15 de maio, no Crei e no Cine Cultura, com entrada franca.

A exibição dos curtas está dividida em Mostra Competitiva e Mostra Não Competitiva. Dentre os 200 curtas inscritos, 20 foram selecionados para a competição. Os dez primeiros serão exibidos hoje, na Mostra Nacional, e os outros dez no segundo dia, na Mostra Internacional. Além disso, outros oito curtas participam da Mostra Não Competitiva, Digo um Novo Olhar. 

A primeira rapper queer do Brasil, Lulu Monamour, é protagonista de um dos curtas. Mademoiselle do Rap, produzido por Rafael Gustavo, conta a história de Lulu e de seus enfrentamentos enquanto LGBTT no mundo do rap. “Eu cheguei no rap para desafiar essa contradição de um movimento musical que questiona o racismo e o preconceito contra o pobre, mas que ainda é homofóbico”, relata a rapper. Ainda no curta, Lulu encena o clipe da sua música Auto Defesa 2.

Eduardo de Souza realizará a oficina de Drag Queen, hoje, no Centro de Referência Estadual da Igualdade (CREI). Após a oficina, os alunos devem participar da competição de Melhor Caracterização Drag, no Cine Cultura, antes da Mostra Competitiva. Já Cláudio Bosco, diretor da Bosco Films, ministrará oficina de curtas. A proposta é que os participantes realizem um curta-metragem que será exibido no último dia do festival.

A curadoria dos filmes foi feita por Ricky Mastro e Itamar Borges. Para serem selecionados, os filmes tinham de ter um conjunto de criatividade, diversidade como tema, fosse produzido a partir de 2014 e com até 20 minutos de duração. “Foram enviados vídeos de todo o mundo, então o evento está com um nível altíssimo de qualidade”, contou o diretor do Digo, Cristiano.

Segundo o site oficial do evento, “o festival de curtas-metragens tem por objetivo estimular e promover a conscientização do público, no que tange o respeito integral aos direitos humanos e a inclusão das minorias”. A premiação prestigiará as categorias de votação do júri técnico e do público. Além disso, também serão premiados os melhores diretor, atriz e ator. Sem recursos do Fundo de Cultura, o festival conta com o apoio de instituições voluntárias e coletivos LGBTT. As inscrições estão encerradas. Confira a programação no site: http://digofestival.com.br/programacao/ 

SERVIÇO

I Festival Internacional da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás (Digo)

Período: 13/5 (8 às 11h), 14/5 (14 às 17h) e 15/5 (19 às 22h)

Locais: Crei – Av. Goiás, nº 1.496 (dia 13) e Cine Cultura – Praça Cívica (dias 13, 14 e 15)

Entrada gratuita