Goiano Igor Galli lança livro contanto sobre os mais de 150 países que visitou

JÚNIOR BUENO

Se você pensa em viajar pelo mundo, não deve se esquecer de levar um agasalho. A dica poderia ser de sua mãe, mas é do brasileiro que mais viajou no mundo, segundo o ranking do site The Best Travelled.  “Não importa para aonde você vá, sempre carregue consigo um agasalho. No mínimo você pode usá-lo como travesseiro”, ensina Igor Galli, que passou os últimos 13 anos viajando sem parar, mundo afora, e conheceu mais de 150 países. Parte dessa experiência está no livro que ele lança, hoje à noite, em Goiânia. Aliás, Igor não é somente o brasileiro com mais viagens registradas, como é também o latino-americano detentor do título.

A aventura deste viajante começou aos 15 anos quando decidiu começar a planejar a viagem de sua vida. Mas, como só querer não basta, ele precisou adiar um pouco este sonho. Formou-se em uma faculdade de Turismo e, da mesma forma que Ulisses, personagem de Odisseia, também viveu muitas histórias e aventuras por onde passou. Com o pé na estrada desde os 22 anos, o jovem pesquisador conheceu lugares e pontos turísticos, nos quatro cantos do planeta, durante um tour pela Terra. “O mundo é muito grande para se estar em um lugar só”, diz. 

O brasileiro se aventurou em 153 países e 588 Estados e regiões. E não é à toa que, hoje, Igor é o primeiro brasileiro e latino-americano mais viajado do mundo, e está entre o Top 100 no ranking mundial do site; na classificação por idade, é a pessoa mais viajada do mundo de sua faixa etária, 34 anos. E foi justamente pela grande quantidade de histórias que têm para contar que decidiu lançar o seu primeiro livro, chamado As Melhores Atrações Culturais do Mundo – ele vai ser lançado hoje à noite, na Vila Cultural, que fica no subsolo do Teatro Goiânia. “Foi nesta cidade que tudo começou. Por isso escolhi minha terra natal para o lançamento oficial desse livro de viagens”, conta ele. 

No livro, ele apresenta 301 atrações turísticas selecionadas durante essa jornada de mais de uma década. “São divididas em 33 tópicos, com listas das melhores atrações culturais do mundo, divididos em categorias,  e com dicas de como viajar aproveitando ao máximo cada experiência,” ele diz. As Melhores Atrações Culturais do Mundo (Editora Kelps, 364 páginas, R$ 100) possui capa dura, é ilustrado com fotos e tem dicas de melhores horários e até épocas do ano para visitar cada um dos pontos turísticos mencionados. Durante o lançamento, Igor fará uma roda de bate-papo com o público para contar um pouco mais sobre suas aventuras pelo planeta. 

Seu estilo de viagem é o de desbravador. Resorts de luxo, embora sejam muito confortáveis, não fazem parte de suas escolhas. Prefere se hospedar em locais que abrem sua residência para viajantes como ele.  “Somente assim a gente realmente conhece um lugar, troca experiência e aprende novos jeitos de viver e pensar”, diz. 

Não raro, ele se surpreendeu. Quebrou paradigmas. Um exemplo disso foi o tempo que passou no Irã. “A viagem ao Irã foi, para mim, a melhor de todas. O povo mais hospitaleiro do mundo, em minha opinião, está lá. Pensamos que, por ser uma região onde há muitas guerras, os iranianos são pessoas frias, mas estamos muito enganados”, conta Igor. Atualmente, o viajante se comunica em nove idiomas, já teve residência fixa em nove países e morou em vários outros como convidado em casas de nativos. “O lugar mais diferente que eu já visitei foi a Austrália. Fiquei um tempo morando em uma tribo de aborígenes”, conta ele. 

Lugares paradisíacos não faltam nas histórias que Igor conta, como Maldivas, Ilhas Virgens e Bali; lugares exóticos como Mianmar, Sri Lanka e Quirguistão; lugares perigosos como Síria, Líbano e Iraque, e lugares para poucos – como uma tribo aborígene na Austrália que não tinha contato com o homem branco. Tanto que o próximo projeto editorial que ele pretende empreender é um guia com as maiores maravilhas naturais do mundo. “Já escalei as montanhas mais altas, alguns vulcões. São muitas aventuras”, diz ele. 

Contudo, mais do que conhecer uma paisagem, uma geografia, em suas viagens ele se abriu para pessoas e seus costumes. Comeu do cardápio do dia – o que inclui baratas, escorpiões e cobras, no sudeste asiático,  e um sanduíche de formiga na Venezuela. E ele diz que é gostoso. “Quando você está aberto ao mundo do outro, você não questiona, não estranha, não rejeita”, diz. Lições de vida que o tornaram muito mais que um viajante, mas um cidadão do mundo.

SERVIÇO

Lançamento do livro ‘As Melhores Atrações 

Culturais do Mundo’, de Igor Galli

Quando: Hoje (2 de junho)

Onde: Vila Cultural (Rua 3, subsolo do 

Teatro Goiânia, Centro)

Horário: 19h30