A crise também é preocupação para os bichinhos

Veterinário e dados nacionais demonstram como a questão da crise no mundo pet é um paradoxo

Postado em: 11-08-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: A crise também é preocupação para os bichinhos
Veterinário e dados nacionais demonstram como a questão da crise no mundo pet é um paradoxo

Elisama Ximenes

Crise é a palavra do ano. Quando se fala em mercado, automaticamente, fala-se em estratégias para superar a crise. Já no mundo pet, as notícias mudam um pouco. A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) registrou um movimento de R$ 18 bilhões no ano passado – 7,8% a mais que em 2014. Ou seja, um dado um tanto contraditório para a época de queda de vendas, o  que faz com que o mercado dos animais de estimação entre para o jargão comum em matérias sobre coisas que conseguiram fugir dos tempos ruins da economia brasileira: “Apesar da crise…”.
Entretanto, no dia a dia, a lógica de que os produtos e serviços pets não foram prejudicados pela crise muda. O médico veterinário Wanderson Alves, que é vice-presidente do CRMV-GO e diretor da Anclivepa Goiás, revela que, em Goiás, houve, sim, queda no mercado. “Tanto os produtos, como ração e acessórios, quanto os serviços veterinários e outros sofreram com a queda”, afirma o veterinário. A procura por ração, por exemplo, permanece a mesma. 
Entretanto o diretor da Anclivepa explica que o governo federal aumentou em 10% a taxa do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre as rações. Além disso, o preço desse produto tem uma variação considerável, no mercado, podendo haver rações de R$ 13 e outras de R$ 250. “A variedade que existe hoje no mercado pet é tamanha que muitas pessoas podem comprar a mesma ração por preços bem diferentes. Por isso é necessário pesquisar muito e saber onde comprar”, conta Leonídio de Oliveira Filho, empresário e criador do site Dica de Preço.
Por mais que os dados nacionais demonstrem uma permanência numérica de procura por produtos e serviços pets, em Goiás, Wanderson Alves observa que tem diminuído a frequência com que os donos levam seus animais ao veterinário. Fato que o preocupa. “Se for para cortar os gastos com o pet, é melhor cortar os acessórios do que o acompanhamento médico”, afirma. Ainda, segundo ele, os acessórios como roupinhas, sapatinhos e lacinhos são supérfluos; não são, de fato, necessários. 
Embora o sapato tenha utilidade para cães que passeiam em horários de maior incidência solar, ele aconselha que troque o horário do passeio a gastar com o acessório. “E, geralmente, as pessoas não saem com seus pets, ao meio-dia, até para se proteger do sol”, conta. Segundo o veterinário, houve queda, principalmente, na procura por castração. Portanto ele ressalta a importância de avaliar o que é mais importante para o pet e ver onde deve haver o corte de gastos – caso a crise afete o bolso ao ponto de ter que economizar com os pets.

Veja Também