Estrada real: Caminho do Sabarabuçu

Criada a partir de um possível brilho do ouro mineiro, o Caminho do Sabarabuçu é uma das partes mais interessantes da Estrada Real de Minas

Postado em: 03-10-2016 às 06h00
Por: Redação
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Criada a partir de um possível brilho do ouro mineiro, o Caminho do Sabarabuçu é uma das partes mais interessantes da Estrada Real de Minas

Júnior Bueno

O Hoje apresenta hoje o Caminho do Sabarabuçu, que, segundo se conta, nasceu de um engano.  Há cerca de 300 anos, viajantes avistaram um brilho no topo da Serra da Piedade e imaginaram ser ouro. Para chegar lá, criaram uma via alternativa, que originou o Caminho Sabarabuçu. Mas tiveram uma surpresa: o que refletia a luz solar era, na verdade, minério de ferro. Assim surgiu uma das partes mais interessantes da Estrada Real de Minas e que, hoje em dia, é um roteiro turístico repleto de descobertas e atrativos. 

O trecho que compõe esse caminho vai de Glaura a Cocais. O nome vem da palavra tupi tesáberabusu, que significa “grandes olhos brilhantes”. O Sabarabuçu é o menor dos quatro que compõem a Rota do Ouro e é composto de 160 km, dos quais 77 são de subidas e descidas. Para percorrer o caminho de carro, passando por todos os pontos turísticos, são necessários dois dias. Para quem vai de bicicleta, são quatro dias. A pé, são 11 e, a cavalo, seis dias. As principais cidades são Cocais, Caeté, Sabará e Glaura. 

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Pequeno distrito de Barão de Cocais situado a cerca de 100 km de Belo Horizonte, Cocais é cercado de montanhas e belíssimas paisagens. É caracterizado por um lugar típico de interior mineiro, acolhedor e tranquilo. Os belos coqueiros, que se destacam num cenário de muito verde, deram nome à localidade. Dentre as atrações, estão igrejas barrocas tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iphan) e casarões coloniais. Fazendas e belas cachoeiras compõem a simpática cidade.

Dentre as atrações de Cocais, está o Sítio Arqueológico da Pedra Pintada, localizado na Serra da Conceição, está a 1.250 metros acima do mar, e sua análise foi feita em 1843 pelo paleontólogo dinamarquês Peter Lund. No sítio, é possível viajar no tempo, conhecendo desenhos semelhantes aos das grutas de Altamira, na Espanha, e Lescaux, na França. As pinturas rupestres são datadas de aproximadamente seis mil anos e formam três grandes painéis compostos por cenas de caçadores perseguindo suas presas e pelos diversos rituais realizados no local.

Situada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a 60 km da capital mineira, a história da cidade de Caeté teve início no ciclo do ouro, guardando importantes episódios, como a guerra civil dos Emboabas, disputa entre paulistas e portugueses que almejavam a posse das minas. Compondo a paisagem do município, está a Serra da Piedade, importantíssimo marco histórico, religioso, paisagístico e turístico, hoje patrimônio natural do Estado. Cercada pelas serras e densa vegetação, Caeté proporciona um clima aprazível para se viver e para a prática de atividades de ecoturismo e turismo de aventura, tendo grande tradição no arvorismo.

Constituído pelos distritos de Ravena, Carvalho de Brito e Mestre Caetano, Sabará fica a 19 km da capital mineira, integrando a Região Metropolitana de BH. A cidade acolhe a bela Área de Proteção Ambiental da Serra da Piedade. Com vegetação de campos ferruginosos, a APA possui grande riqueza e diversidade de espécies. Por lá, é possível realizar vários passeios pelas suas trilhas de mata Atlântica. A Estação Ecológica Cabeça de Boi também atrai muitos turistas por magníficas cachoeiras e um manancial de água.

Além das belezas naturais, Sabará conserva muita história em suas ruas, principalmente no Centro da cidade. Casarões, igrejas e capelas setecentistas encantam os visitantes pela sua imponência. No Conjunto Arquitetônico da Rua D. Pedro II, o Solar do Padre Correa é destaque e já hospedou ninguém menos que D. Pedro I e D. Pedro II. Construído em 1773, ele possui escadarias de madeira de jacarandá, talha da terceira fase do barroco mineiro e funciona como prefeitura da cidade.

O charmoso vilarejo de Glaura,  também chamado de Casa Branca,  respira história. É um dos mais antigos distritos de Ouro Preto, situado a 26 km da sede. Foi ponto fundamental de passagem dos bandeirantes, prova desse fato é o chafariz histórico de Dom Rodrigo, construído em 1782 por ordem do então governador e capitão da região, Dom Rodrigo de Menezes. Em suas estradas,  ocorreram disputas por causa da posse das terras mineiras, as chamadas Guerras dos Emboabas.

Glaura surgiu por volta do século  18, no auge da exploração do ouro. Era refúgio dos grandes senhores que tinham o antigo arraial como ponto de divisão entre Vila Rica e São João del-Rei. O vilarejo dispõe de pousadas e fazendas pitorescas. 
É destino turístico para vivenciar a bucólica vida rural e a tradição do artesanato em azulejo, na palha, na taquara, e em couro de boi, além dos crochês e bordados.

A rica culinária é representada pela goiabada cascão e pelo doce de leite em compota. O local é ideal para os que buscam lazer, descanso, natureza e aventura.

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