Com inconformismo político, Ratos de Porão volta a Goiânia

Cantando sucessos inéditos e atuais, grupo canta com bandas goianas e brasilienses no Martim Cererê

Postado em: 05-11-2016 às 06h00
Por: Redação
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Cantando sucessos inéditos e atuais, grupo canta com bandas goianas e brasilienses no Martim Cererê

Depois de 25 anos desde o lançamento de Anarkophobia, a banda Ratos de Porão volta a Goiânia. O disco foi o quinto lançado pelo grupo, e é considerado um divisor de águas na carreira do Ratos tanto na musicalidade como nas temáticas. Neste sábado (5), o grupo toca o disco na íntegra, além de canções que estão entre os seus maiores sucessos. No show, que será realizado no Martim Cererê, eles dividem o palco com as bandas goianas Chef Wong’s, Diabo Velho, Dead Meat, Lattere e os brasilienses Os Cabeloduro. O show faz parte do projeto Monstro Rocks, promovido todos os meses pela produtora goiana Monstro Discos.
O disco, lançado em 1991, é contemporâneo de mudanças no rock mundial e transformações sociais no Brasil. Naquele ano, foram lançados discos fundamentais como Nevermind, do Nirvana; o Black Album, do Metallica, e o Arise, do Sepultura. No Brasil, a exemplo do ocorre neste ano, o protagonismo era do caos político: o então presidente Fernando Collor estava no poder, confiscando poupanças, lançando planos econômicos para tentar controlar a inflação e prestes a sofrer o impeachment. Na saúde, o País enfrentava os primeiros casos de Aids e ainda a enxergava com os olhos cegos do preconceito. Nesse contexto, Anarkophobia surge com canções que demonstram inconformismo político e social.
Musicalmente, o álbum marca uma mudança na sonoridade do Ratos, com mais influências do thrash metal e do crossover, mas mantendo suas raízes punk e hardcore. Em recente entrevista ao site Rock on Board, o guitarrista Jão disse que a maior importância do álbum se dá pelo motivo de ser o último trabalho em sequência de uma formação que marcou história. “Este disco representa o fim de uma era importante em nossa carreira. Não sei se podemos dizer que ele é um divisor de águas no aspecto musical. Mas ele é, certamente, o último de uma fase muito relevante para o Ratos”.
Músicas como Contando os Mortos e, principalmente, Mad Society são as que mais trazem, em sua musicalidade, as características do metal – que predomina no álbum. A mudança é percebida pela levada mais arrastada que o habitual do grupo nessas canções. Para Jão, o fato de as músicas serem mais longas acabou influenciando no resultado final do trabalho. “É evidente que teve uma mudança ali em nossa sonoridade. As músicas tinham uma maior duração, e isso acabou fazendo dele um disco único em nossa discografia”. Mesmo assim, o punk continuava presente na mensagem do grupo. 
As letras do álbum, que já passou dos 20 anos, ainda soam atuais diante do cenário político e social do País nos dias de hoje – caso de Igreja Universal e Escravo da TV que, até hoje,  são temas polêmicos nas redes sociais. O guitarrista, no entanto, não vê isso com muita empolgação. “É triste que as letras ainda continuem atuais nos dias de hoje. Isso só mostra que o Brasil parece não ter evoluído tanto. Alguns acontecimentos recentes provam que ainda estamos vivendo um período de alienação completa”, lamenta Jão.

SERVIÇO
Show Ratos de Porão – ‘Anarkophobia 25 anos’
Quando: Sábado (5) a partir das 20h
Onde: Centro Cultural Martim Cererê
Quanto: R$ 25 (valor entecipado) e R$ 30 (na bilheteria)
Pontos de venda: Hocus Pocus, Shuffle Mix, Seven Rock Shop e 
Detroit Steakhouse
Vendas online: https://meubilhete.com/rdpanarkophobia

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