Estudantes criam projeto que utiliza animais no tratamento de idosos

Projeto Alegria Terapia Animal utiliza bichos para o tratamento de doenças em pessoas idosas

Postado em: 08-11-2016 às 06h00
Por: Redação
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Projeto Alegria Terapia Animal utiliza bichos para o tratamento de doenças em pessoas idosas

Elisama Ximenes

De acordo com o último censo realizado pelo IBGE, a população idosa no Brasil chega a 23,5 milhões de pessoas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de pessoas com mais de 60 anos no Brasil deve triplicar até 2050. Percebendo esse crescimento, estudantes de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Goiás (UFG) iniciaram um trabalho de zooterapia voltado para eles – os idosos. Assim, nasceu o Projeto Alegria Terapia Animal (Pata). 

De acordo com uma das idealizadoras do projeto, Viviane Pinheiro, o Pata consiste em “levar animais sem raça definida em asilos para interagir com os idosos”. Atualmente, o trabalho é realizado no silo Solar Apóstolo Tomer, que fica no setor Finsocial. Um dos ideais do projeto é utilizar apenas animais sem raça definida. “Eles foram retirados das ruas, adotados e, posteriormente, adestrados por João Costa profissional da J Dogs”, explica. Além das estudantes, o projeto conta com a colaboração da fisioterapeuta Raiany Ribeiro e da educadora física Letícia Pinheiro. 

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“A presença dos animais causa a liberação de endorfina nos idosos, gerando sensação de bem-estar”, aponta Viviane sobre uma das vantagens da zooterapia para idosos. Além disso, a modalidade pode ajudar na diminuição da pressão arterial, no aumento da sensação de independência, na melhora do humor, na diminuição da solidão e no aumento da qualidade do sono. Na prática, a fisioterapeuta e as estudantes elaboram atividades que promovam interação entre os animais e os idosos. Segundo Viviane, algumas atividades auxiliam, inclusive, na coordenação motora tanto dos humanos quanto dos animais. 

A zooterapia auxilia no tratamento de doenças motoras e psicológicas, dentre elas,  a depressão, o autismo e doenças crônicas, conforme lista Viviane. Para participar da terapia para idosos, os animais precisam ser dóceis e acostumados com barulho e com a presença de muitas pessoas. “Além disso, o animal deve ser adestrado e deve estar em perfeitas condições de saúde”, explica. Já no caso dos humanos, a terapia só é restrita aos que têm medo ou alergia dos animais.  

No processo de seleção e educação, os bichos passam por consulta veterinária e, pelo menos, um hemograma completo e coprológico (de fezes) do animal é realizado. “Caso o veterinário responsável veja necessidade, também é feita raspagem de pele”, acrescenta. Os pets também devem estar desverminados e com vacinação em dia. Depois que o animal é educado, a equipe segue para o asilo. “Realizamos dois dias de terapia, na casa de repouso, onde desenvolvemos atividades em círculo para estimular a coordenação motora dos idosos e promover a interação de todos”, explica. 

Escovação dos animais, circuito com bola, jogo de adivinhação para exercitar a memória, truques com o cão (dar a pata, sentar, deitar) e dar petiscos são algumas das atividades promovidas. “Após a sessão de pet terapia, os voluntários escutam as histórias dos idosos, cantam músicas de época, com auxílio de violão, e dançam”, conta. A zooterapia é realizada, continuadamente, e não existe alta para o tratamento, porque funciona mais como um auxílio aos demais tratamentos pelos quais, por um acaso, os idosos estejam passando. 

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