Artista plástico, Athos Bulcão, recebe homenagem do Google

O artista fazia suas obras em em azulejo, concreto, madeira policromada, que estão decorando prédios importantes de Brasília

Postado em: 02-07-2018 às 17h10
Por: Guilherme Araújo
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O artista fazia suas obras em em azulejo, concreto, madeira policromada, que estão decorando prédios importantes de Brasília

Foto: Divulgação

Nesta segunda-feira (2) o doodle do Google faz uma homenagem
ao centenário do artista plástico Athos Bulcão. Suas obras em azulejo,
concreto, madeira policromada e outras técnicas, que hoje ornam muitos
corredores do poder, são apenas uma amostra da prolífica produção do pupilo de
Portinari, que sonhou em tornar acessível seu trabalho ao público em geral e
não apenas aos frequentadores de galerias. “Artista eu era. Pioneiro eu fiz-me.
Devo a Brasília esse sofrido privilégio. Realmente um privilégio: ser pioneiro.
Dureza que gera espírito. Um prêmio moral”, desabafa o artista.

Natural de Catete, Rio de Janeiro, nasceu dia 2 de julho de
1918, passou uma infância privilegiada em Teresópolis, criado pelo pai
Fortunato Bulcão e irmãos mais velhos. A mãe, Maria Antonieta, faleceu de
enfisema pulmonar quando ele tinha apenas cinco anos. Desde menino, mostrava-se
criativo, mas a primeira carreira que escolheu não apontava em nada o seu
destino futuro. Muito jovem, porém, em 1939, ele abandona a clássica Medicina
para se dedicar a pintura.

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Em um breve resumo
dos laços que o ajudaram a construir sua carreira, é apresentado pelo escritor
Murilo Mendes ao casal Vieira da Silva (1908-1992) e Arpad Szenes (1897-1985) e
frequenta o ateliê deles na década de 1940. O círculo de amigos ainda inclui
importantes modernistas como Carlos Scliar, Pancetti e Enrico Bianco, que o
apresentou a Burle Marx, outro nome importante da construção de Brasília.

Em 1945, aos 21 anos, passa a trabalhar como assistente de
Candido Portinari (1903-1962) na construção do painel de São Francisco de
Assis, na Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte. Com o mestre, aprendeu muitas
lições importantes sobre desenhos e cores. “Arte é cosa mentale”,
dizia ele, citando Leonardo da Vinci, para ilustrar que não acreditava em
inspiração e sim talento e trabalho.

Em 1948, Athos, vai estudar em Paris, com uma bolsa
concedida pelo governo francês. De volta ao Rio, trabalha com ilustrações de
livros e revistas e com cenários para teatro. Somente anos depois, em 1958,
ocorre a grande virada de sua carreira, quando se transfere para Brasília para
trabalhar em projetos de Oscar Niemeyer na França, Itália, Argélia, além da
construção da nova capital.

O artista viveu na cidade que ajudou a criar até sua morte,
em 2008, aos 90 anos. Seu legado está espalhado pelos principais edifícios do
capital do poder e sua memória é preservada pela fundação que leva seu nome. Em
homenagem ao seu centenário, a Fundação Athos Bulcão abre, no dia 7 de julho,
uma exposição em homenagem ao centenário do artista, em sua sede em Brasília.

Fonte: El País  

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