Estudo: ronco pode aumentar o risco do parceiro na cama ter um AVC

Pesquisadores da Clínica Mayo em Rochester, Minesota (EUA), realizaram um estudo que aponta que pessoas que roncam, assim como seus parceiros, podem ter a saúde mental deteriorada.

Postado em: 12-05-2023 às 14h41
Por: Julia Kuramoto
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Ronco também pode gerar maior risco de desenvolver Alzheimer e derrames. | Foto: Freepik

Pesquisadores da Clínica Mayo em Rochester, Minesota (EUA), realizaram um estudo que aponta que pessoas que roncam, assim como seus parceiros, podem ter a saúde mental deteriorada. Além disso, também pode haver maior risco de desenvolver Alzheimer e derrames.

De acordo com a pesquisa, cada redução de 10% na quantidade de sono profundo altera o cérebro das pessoas. Ademais, também aumenta a massa branca como se fossem até 10 anos mais velhos. Esses sinais incluíam anormalidades na substância branca, que geram estresse nos neurônios e aumentam suas demandas de energia.

Os neurônios que não são capazes de atender às demandas morrerão, fazendo com que o cérebro encolha e se aumente o risco de demências.

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Existem cinco estados de sono:

  • 1ª fase – Fase do adormecimento
  • 2ª fase – Fase de sono mais leve
  • 3ª fase – Introdução ao sono profundo
  • 4ª fase – Sono profundo
  • 5ª fase – Sono REM

O sono leve representa cerca de metade do nosso tempo de sono. Também é a fase quando estamos mais propensos a sermos perturbados por ruídos e, então, acordados pelo ronco de um parceiro. Sendo assim, isso pode significar que perdemos estágios de sono profundo e REM, o que prejudica o cérebro, visto que o sono menos profundo significa que o cérebro envelhece mais rapidamente.

Portanto, o estudo envolveu 140 pessoas ocm apneia obstrutiva do sono, com idade média de 73 anos. Nenhum dos participantes teve problemas cognitivos no início do estudo ou demência ao final dele.

Aqueles com apneia grave (34%) tinham mais hiperintensidades de substância branca do que aqueles com condições leves (34%) ou moderadas (32%), e a integridade dos axônios (prolongamentos do neurônio) de seus cérebros diminuíram.

Sintomas

Os sintomas da apneia incluem:

  • Parar de respirar durante o sono;
  • Fazer barulhos ofegantes e sufocantes;
  • Se mexer muito.

Logo, isso gera um sono menos profundo, que é essencial para o cérebro eliminar resíduos potencialmente prejudiciais. Desse modo, um dos marcadores são pequenas lesões visíveis em exames cerebrais, conhecidas como hiperintensidades da substância branca. Essas hiperintensidades se tornam mais comuns com a idade ou pressão alta descontrolada.

“Descobrir que a apneia do sono grave e uma redução no sono de ondas lentas estão associadas a esses biomarcadores é importante, pois não há tratamento para essas alterações no cérebro, então precisamos encontrar maneiras de evitar que elas aconteçam ou piorem”, afirma Diego Carvalho, da Clínica Mayo.

Entretanto, o especialista afirma, que são necessárias mais pesquisas para que se determine caso os problemas de sono afetam esses biomarcadores cerebrais ou vice-versa.

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