Prática russa constrange diplomacia

As alegações das agências de inteligência americanas de que a Rússia teria imagens comprometedoras do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump,

Postado em: 13-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

As alegações das agências de inteligência americanas de que a Rússia teria imagens comprometedoras do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, incluindo um vídeo em que ele aparece com prostitutas em Moscou, trazem de volta à cena uma velha prática de espionagem: a “kompromat”, contração em russo das palavras “material comprometedor”. As informações são da Rádio França Internacional.

Na última quarta-feira (11), Trump desmentiu categoricamente o que chamou de “notícias falsas”, mas a tática do “krompromat” é comum e marcou a Guerra Fria. Nos serviços de inteligência, a utilização da estratégia é uma maneira fácil de fazer pressão e chantagear o inimigo. Os filmes de espionagem da década de 50 popularizaram a prática.

Os europeus lembram até hoje do caso do adido naval da embaixada britânica em Moscou, John Vassall, que era homossexual e foi fotografado com um parceiro pela KGB. Para não ter sua intimidade revelada, ele se tornou um dos mais célebres espiões da KGB no Reino Unido. Quando foi descoberto, o inglês passou dez anos na prisão.

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Em 1964, outro escândalo atingiu a França. O embaixador francês em Moscou, Maurice Dejean, casado na época, foi filmado tendo relações sexuais com uma jovem atriz russa. Ele foi demitido pelo general Charles de Gaulle.

Curioso é que as principais vítimas dessa tática de espionagem, desde o fim da Guerra Fria, são os próprios russos. A guerra do “kompromat” é moeda corrente entre os oligarcas russos, que brigam pelo controle de grandes empresas e utilizam seus impérios para divulgar as piores acusações. (Abr)

 

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