Câmara quer ampliar participação popular na discussão de projetos

Presidente do Legislativo diz que principal objetivo deste novo ciclo será a desburocratização da prefeitura em prol da geração de empregos

Postado em: 20-08-2021 às 08h02
Por: Felipe Cardoso
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Presidente do Legislativo diz que principal objetivo deste novo ciclo será a desburocratização da prefeitura em prol da geração de empregos | Foto: Reprodução

O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota) conversou com a reportagem do jornal O Hoje onde traçou um diagnóstico do primeiro semestre do ano, bem como repercutiu as expectativas a partir do ritmo acelerado com que a Casa retomou as atividades na última semana. Na ocasião, o parlamentar comentou, ainda, a relação supostamente conturbada entre os Poderes da capital.

No que diz respeito às atividades encabeçadas pelo Legislativo no primeiro semestre de 2021, o parlamentar destacou o protagonismo da Câmara na luta pelas demandas do setor produtivo, especialmente durante o período das restrições impostas pelo avanço do coronavírus. “Apesar das dificuldades trazidas pela Covid-19, conseguimos contornar e atuar como grandes parceiros do setor produtivo no primeiro semestre do ano passado. Especialmente no debate junto ao Executivo sobre a retomada gradual do comércio. Os grandes debates sobre a retomada da economia passaram, sem dúvidas, pelos vereadores, e consequentemente pela Casa”, avaliou. 

Em paralelo, a Câmara devolveu R$ 10 milhões oriundos de economia com o duodécimo. Os valores utilizados, segundo Policarpo, para financiar operações de combate a festas clandestinas, compra de equipamentos para área da Saúde e abertura de novos leitos de UTI nos hospitais da capital. “Tudo em consonância entre o Paço e os vereadores, que fizeram suas economias para que os recursos pudessem retornar aos goianienses”, finalizou. 

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Outra metade

A chegada da segunda metade do ano veio acompanhada de assuntos que prometem esquentar o clima na Casa de Leis. Dentre os temas que deverão garantir intensas discussões no Legislativo estão a implantação da Taxa de Lixo, bem como o Código Tributário, de Posturas e, sem dúvidas, o Plano Diretor. 

“São pautas que certamente serão analisadas junto à sociedade. A população é quem deve dar a nota final. Especialmente no que diz respeito ao Plano Diretor e ao Código Tributário. Essas serão as grandes ferramentas para os próximos anos, haja vista que serão fundamentais para geração de empregos na capital”, destacou o presidente. 

Policarpo argumenta, inclusive, que esse será o maior desafio da Câmara ao longo dos próximos seis meses. “Precisamos mudar a filosofia da cidade no sentido de incentivar a vinda de novas indústrias. Temos espaços que podem ser destinados a isso. Sem contar que estamos localizados na região Centro-Oeste, tida como uma via fácil para distribuição de produtos em todo País. Nesse sentido, precisamos aproveitar também o nosso aeroporto que conta com um alto fluxo de voos, enfim, queremos desburocratizar a prefeitura a fim de garantir a geração de empregos imediatos”. 

Proximidade vs segurança

Visando a garantia de participação popular durante as discussões de pautas importantes como as previstas para esse novo ciclo que se inicia, o presidente do Legislativo municipal garantiu que, apesar da pandemia, o diálogo com a sociedade não será abandonado. “O avanço da vacina felizmente tem ocorrido. Temos também a tecnologia a nosso favor. A Casa passou por ampla modernização e se preparou para isso. Tanto que fizemos diversas audiências e sessões em sistema remoto”, rememorou. 

Para ele, audiências públicas presenciais são essenciais, “mas existem outros mecanismos capazes de fazer com que a Câmara chegue ao cidadão de forma qualificada”. “É o que precisamos nesse momento. O que não podemos é aprovar esse tipo de matéria sem ouvir aqueles que, de fato, serão afetados pelos projetos”, disparou.

Trinca entre os Poderes?

Questionado sobre os desentendimentos entre o vereador Kleybe Morais (MDB) e o secretário de Governo, Arthur Bernardes, bem como se isso teria refletido de alguma forma na relação entre Câmara e Paço, explicou: “Problemas pontuais são normais em toda administração, nessa não seria diferente. Onde houver excessos, tanto da parte do Executivo quanto do Legislativo temos interesse em solucioná-los. A relação tem sido boa”. 

O parlamentar argumentou que prova disso são as ações de ambos os Poderes espalhadas pelas ruas de Goiânia. “Nos reunimos recentemente para tratar sobre a reativação do restaurante popular com recursos oriundos da Câmara, por exemplo. Também conseguimos abrir as portas de hotéis para abrigar pessoas em situação de rua na época mais fria, o que também foi custeado pela Câmara em uma parceria com a prefeitura. Ou seja, seguimos tentando fazer o melhor possível para atender a sociedade. É preciso ter maturidade e separar os problemas pessoais daquilo que é de interesse da sociedade, o bem estar coletivo”. 

Para ele, ambos os Poderes já superaram, inclusive, divergências antigas como, por exemplo, a construção da Av. Leste Oeste que passa por uma área restrita à Câmara Municipal. “Isso é sinal de diálogo e bom senso. É assim que vamos trabalhar até o final. Caso contrário quem perde é a população e não queremos isso”, pontuou.

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