PSDB quer a volta de Marconi ou a vice de Mendanha em 2022

Prefeito de Aparecida de Goiânia, no entanto, estaria pouco disposto a se associar publicamente ao ex-governador tucano

Postado em: 02-09-2021 às 07h56
Por: Marcelo Mariano
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Prefeito de Aparecida de Goiânia, no entanto, estaria pouco disposto a se associar publicamente ao ex-governador tucano | Foto: Reprodução

Desde a sua fundação, em 1988, o PSDB só não esteve presente na chapa majoritária em Goiás na sua primeira eleição, em 1990. A partir de então, o partido sempre lançou candidatos a vice (1994), senador (1998, 2002, 2006, 2010 e 2018) ou governador (1998, 2002, 2010, 2014 e 2018).

Em 2022, os tucanos pretendem seguir a tradição. No momento, o PSDB estuda duas estratégias: ter o ex-governador Marconi Perillo como candidato a governador ou indicar o vice na chapa do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, que, para concorrer, deve deixar o MDB.

Independentemente de uma ou de outra, o PSDB está decidido a bancar uma candidatura de oposição ao governador Ronaldo Caiado (DEM), atualmente o desafeto público número um de Marconi. No entanto, ambas as estratégias apresentam desafios.

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Marconi

Em pesquisas internas, o ex-governador tucano não lidera, mas, dentro do contexto da debacle que o PSDB sofreu em Goiás em 2018, aparece bem-colocado, com pouca diferença para Caiado.

Por outro lado, Marconi é o mais rejeitado, o que, também dentro do contexto de 2018, é normal. Se for candidato, diminuir sua rejeição, ainda fresca na memória da população,  será o maior desafio, especialmente porque ela tende a ser explorada por Caiado na campanha.

Apesar disso, o ex-governador estaria animado com os números, e tucanos que permanecem leais a ele argumentam que Marconi é o único nome do partido com condições de rivalizar contra Caiado.

Caso não seja candidato, o destino mais provável é uma candidatura a deputado federal. Se tiver metade dos votos que teve para senador em 2018 – e que ficaram abaixo da expectativa –, certamente estará entre os mais votados na disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Com mandato – e emendas –, Marconi passaria a ter mais força para reorganizar suas bases. Essa é uma tese defendida por pessoas próximas ao tucano. Elas avaliam que, por ser jovem, ele ainda teria tempo suficiente para voltar a ser governador no futuro.

Colocar-se como pré-candidato a governador em 2022 também é uma estratégia para ter o nome em evidência, já que, se tentar ser deputado federal, sairia na frente em termos de exposição.

Outra estratégia, adotada publicamente pelo próprio Marconi, é analisar a viabilidade de outros possíveis candidatos do PSDB, como os empresários Zé Garrote e Otavinho Lage.

Mendanha

Porém, esses nomes têm mais chances de ser a indicação tucana para a vice de Mendanha. A deputada estadual Lêda Borges, que tem base na região do entorno do Distrito Federal – com peso eleitoral importante –, também é uma possibilidade.

O problema é que o prefeito de Aparecida de Goiânia estaria com pouca disposição para se associar publicamente ao PSDB e a Marconi – devido à rejeição –, embora ambos mantenham conversas nos bastidores.

Se o MDB confirmar a aliança com Caiado, e Mendanha se filiar a outro partido para ser candidato sem a presença do PSDB em sua chapa, os tucanos, para evitar a divisão da oposição, teriam uma última alternativa.

O PSDB poderia lançar um candidato com pouca força eleitoral para fazer dobradinha com Mendanha nas críticas a Caiado nas propagandas e nos debates, enquanto Marconi tentaria se garantir como deputado federal.

Essa seria uma alternativa que agradaria a todos os lados da oposição. Mendanha não estaria vinculado publicamente ao PSDB, que, por sua vez, não deixaria de ter candidatura própria. E os votos não seriam divididos.

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