Pesquisas reforçam prováveis candidatos para eleições 2018

De acordo com levantamentos, José Eliton, Daniel Vilela e Ronaldo Caiado são nomes mais prováveis para disputa eleitoral

Postado em: 19-06-2017 às 09h10
Por: Sheyla Sousa
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De acordo com levantamentos, José Eliton, Daniel Vilela e Ronaldo Caiado são nomes mais prováveis para disputa eleitoral

Mardem Costa Jr.

As pesquisas de intenção de voto realizadas antes de uma eleição são um termômetro momentâneo do humor do eleitorado, porém, dão pistas de como o cenário eleitoral pode se desenrolar. Os números apontados pelos levantamentos para o Governo de Goiás, realizados na semana passada pelo Instituto Paraná e pelo Ibope, evidenciam que  o vice-governador José Eliton (PSDB) e um nome a ser afunilado entre o senador Ronaldo Caiado (DEM) e o deputado federal Daniel Vilela (PMDB) são os mais cotados para a batalha das urnas para a sucessão do governador Marconi Perillo (PSDB).

Na pesquisa Paraná, encomendada pela RecordTV Goiás, Caiado é apontado por 44% dos entrevistados, enquanto Eliton e Vilela aparecem empatados na casa dos 10%, separados por um décimo.  Já na Ibope, realizada sob encomenda do diretório regional do PMDB, a primazia do democrata é menor, de 34%. O deputado vem em seguida, com 26%, e o vice-governador tucano anota 17% das intenções de voto. 

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Primeiro colocado nas duas sondagens, Ronaldo Caiado luta para aglutinar o PMDB à sua postulação. Para isso, conta com o apoio do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), e sua influência junto às hostes peemedebistas. O democrata se beneficia do discurso oposicionista ao Palácio das Esmeraldas e das críticas que faz ao presidente Michel Temer (PMDB), porém, sofre rejeição de setores progressistas da sociedade, especialmente das esquerdas, por sua atuação agressiva contra os governos petistas.

Daniel, presidente do PMDB goiano, precisa aparar arestas dentro do próprio partido antes de viabilizar seu nome junto ao eleitorado. Nos bastidores, peemedebistas ligados a Iris, como a primeira-dama e ex-deputada Iris de Araújo, se recusam a apoiá-lo. A citação de Vilela na chamada “Lista do Fachin”, de políticos a serem investigados por ligações com a construtora Odebrecht no contexto da Operação Lava Jato, adiou os planos do parlamentar de reforçar as articulações para angariar lideranças do interior goiano.

Vice-governador e possível titular do cargo a partir de abril de 2018, José Eliton experimenta o bônus de quem conta com a máquina pública e está na coordenação de investimentos do programa Goiás na Frente, em corpo-a-corpo diário com prefeitos e líderes de cidades dos 246 municípios goianos. Terá a responsabilidade, portanto, de administrar o Estado como membro de um grupo político que está no poder desde 1999, a começar pela histórica eleição de 1998. Neste ano, contra todos os prognósticos apresentados, o então deputado federal Marconi Perillo peitou o protagonismo de Iris e o venceu. Apesar do favoritismo de Rezende, o discurso de renovação de Marconi, difundido pelos quatros cantos do Estado e definitivamente reforçado pela presença do personagem Nerso da Capitinga, superou o peemedebista e criou uma ferida no seio do PMDB, que ainda hoje aparenta não ter sido cicatrizada.

Desafios

A experiência eleitoral já deixou claro que é remota a possibilidade de uma terceira via em uma eleição majoritária governatorial. A disputa será a mesma protagonizada desde a retomada das eleições para o governo do Estado, no longínquo ano de 1982: um candidato da situação contra um da oposição.

Para o próximo pleito, José Eliton é o candidato com as bênçãos de Marconi Perillo e do chamado “Tempo Novo”, que procura se reinventar das práticas políticas. O sucesso do Goiás na Frente é fundamental para Eliton. 

Por sua vez, Ronaldo Caiado sabe que a oposição desunida pode ser um convite à derrota, vide o ocorrido em 1994, quando lançou-se candidato a governador. À época, não aceitou compor com a senadora Lúcia Vânia (PSB) e, de favorito, ficou em terceiro lugar na disputa vencida pelo pai de Daniel, o ex-governador Maguito Vilela (PMDB).

Daniel Vilela, ainda que seja um nome novo, tal qual Marconi há vinte anos atrás, parece ter dificuldades de apresentar um discurso de mudança em relação ao “Tempo Novo” que saia da área política. Para um possível candidato a governador, que convive com a rapidez consolidada pela globalização e reforçada pela internet e pelas redes sociais, soa estranho que o peemedebista não tenha ideias mestras estruturadas para apresentar ao eleitor. 

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