Em 2022, tendência é ter 2º turno, mas com Caiado favorito

Expectativa é compartilhada tanto por governistas quanto por oposicionistas

Postado em: 20-10-2021 às 09h02
Por: Marcelo Mariano
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Expectativa é compartilhada tanto por governistas quanto por oposicionistas | Foto: Reprodução/Internet

Fontes ligadas ao governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil) e ao prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), provavelmente os dois principais nomes das próximas eleições, concordam com um ponto: no ano que vem, a tendência é ter segundo turno.

Em 2018, vale lembrar, a história foi outra. Caiado conseguiu ser eleito no primeiro turno, com 59,73% dos votos. O segundo colocado foi Daniel Vilela (MDB), que será o candidato a vice na chapa caiadista em 2022, com 16,14%. José Eliton (PSDB), com 13,73%, e Kátia Maria (PT), com 9,16%, aparecem em seguida.

Desde 1990, ano das primeiras eleições estaduais com possibilidade de dois turnos, só houve vencedor em primeiro turno em três oportunidades: em 1990, com Iris Rezende (MDB), em 2002, com Marconi Perillo (PSDB), e justamente em 2018, com Caiado.

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Em todas as outras cinco eleições (1994, 1998, 2006, 2010 e 2014), a decisão ficou para o segundo turno. Isso quer dizer que a tradição da política goiana, especialmente a história recente, aponta para esse caminho.

Além disso, o que mais poderia levar Caiado a ter menos votos do que teve em 2018? Nos bastidores, circulam no mínimo duas apostas. Primeiro, o desgaste natural de um governo no poder, ainda mais com a pandemia de Covid-19 durante boa parte do mandato.

O segundo motivo diz respeito ao bolsonarismo. Em 2018, Jair Bolsonaro (à época no PSL e, atualmente, sem partido) teve 1.868.686 votos em Goiás, um pouco a mais do que Caiado, com 1.773.185.

Ambos de perfil conservador, Caiado e Bolsonaro surfaram ondas parecidas nas últimas eleições e iniciaram seus mandatos como aliados. Contudo, distanciaram-se a partir do momento em que tomaram decisões diferentes no contexto da pandemia.

Apesar de terem ensaiado uma reaproximação recentemente, os dois não estão mais em sintonia. Portanto, em 2022, uma aliança, embora não seja 100% descartada, é improvável.

De qualquer forma, uma parte considerável dos eleitores de Bolsonaro já não vê Caiado com o entusiasmo de antes, tanto é que o presidente cogita lançar uma chapa própria em Goiás.

Em outras palavras, o desgaste natural de uma gestão e a perda de votos bolsonaristas fazem com que Caiado dificilmente repita o feito de 2018 e seja reeleito no primeiro turno.

Mesmo assim, o governador é o favorito para 2022, inclusive na avaliação de mendanhistas. Com a máquina na mão, e se tiver uma equipe técnica para elaborar projetos de qualidade, Caiado terá condições, em pleno ano eleitoral, de distribuir recursos de peso pelo interior.

Também joga a favor do governador o fato de a oposição estar desarticulada. O PSDB, desde 2018, não tem a força que teve no passado. E o MDB, que poderia bater de frente, agora faz parte da base caiadista.

Mendanha deve mesmo ser o principal nome oposicionista, até porque os outros estão mais presos ao passado do que de olho no futuro. Diferentemente de 2018, os eleitores, em 2022, tendem a buscar candidatos propositivos e dar menos atenção a quem ficar refém de gestões anteriores, e isso também vale para o próprio Caiado.

Resta saber se o prefeito de Aparecida de Goiânia, teoricamente com um discurso de renovação, conseguirá captar ou não este humor do eleitorado. As alianças que fizer, a depender se estará ao lado de partidos com rejeição alta, como o PSDB, certamente ajudarão a desvendar essa questão. (Especial para O Hoje)

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