Possível chapa Lula-Alckmin pode dificultar aliança do PT com outros partidos de esquerda

A possível aliança é desaprovada por partidos como o PSOL, que tem sido um companheiro ideológico do PT ao longo dos anos.

Postado em: 06-12-2021 às 11h49
Por: Ícaro Gonçalves
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A possível aliança é desaprovada por partidos como o PSOL, que tem sido um companheiro ideológico do PT ao longo dos anos | Foto: Reprodução

Uma possível aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) tem sido debatida para a eleição presidencial em 2022. Contudo, caso a chapa se firme, isso poderá representar um isolamento do PT para com outros partidos de esquerda do Brasil.

Isso porque a aproximação de Geraldo Alckmin é vista como um risco à possível reeleição e governo de Lula. O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou recentemente que a presença de Alckmin seria um “elemento dificultador” para o apoio de seu partido à chapa de Lula em 2022.

Em entrevista, Medeiros explicou que o PSOL ainda debate e negocia as alianças para as próximas eleições, no entanto, deixou claro o descontentamento do partido com a possibilidade da chapa Lula-Alckmin. Em sua opinião, a chapa seria a repetição do erro cometido em 2014, com a aliança entre Dilma e Temer.

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“Há um princípio de que errar uma vez é humano, mas errar duas já começa a ser burrice”, disse o presidente do PSOL. “O PT colocou como vice da Dilma Michel Temer, sujeito que conspirou contra a presidente da República para viabilizar o impeachment em 2016. Não vejo em que o Geraldo Alckmin possa agregar [à campanha de Lula].”

Na avaliação do líder do PSOL, partido que tem sido companheiro ideológico do PT ao longo dos anos, Alckmin não conseguiria fazer com seus eleitores conservadores votassem em Lula. Além disso, o apoio do ex-governador paulista a pautas contrárias da esquerda também podem provocar um racha nos apoios ao PT em 2022.

“Não vejo o que Alckmin agrega em termos de força para essa aliança de mudanças. Alckmin defende as medidas que foram implementadas nos últimos anos: reforma trabalhista, lei das terceirizações, reforma da previdência, privatizações. Um conjunto de políticas que criou a crise econômica e aprofundou a recessão no Brasil nos últimos anos”, disse Medeiros.

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