Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso entra na mira da cúpula do Republicanos

Durval Pedroso é o único secretário ligado a Daniel Vilela que permaneceu na Prefeitura de Goiânia após a ruptura entre o presidente estadual do MDB e Rogério Cruz

Postado em: 11-01-2022 às 09h53
Por: Marcelo Mariano
Imagem Ilustrando a Notícia: Secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso entra na mira da cúpula do Republicanos
Durval Pedroso é o único secretário ligado a Daniel Vilela que permaneceu na Prefeitura de Goiânia após a ruptura entre o presidente estadual do MDB e Rogério Cruz | Foto: Reprodução

O secretário de Saúde da Prefeitura de Goiânia, Durval Pedroso, é o mais novo integrante do primeiro escalão do Paço Municipal a entrar na mira da cúpula do Republicanos, partido do prefeito Rogério Cruz, segundo duas pessoas com acesso às discussões.

A pasta da Saúde é uma das poucas da gestão de Cruz que não sofreu alterações desde o início da atual administração, tendo a maioria ocorrido no contexto da ruptura, em abril, entre o presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, e o prefeito de Goiânia.

Durval Pedroso, no entanto, é o único secretário do grupo de Daniel que permaneceu no cargo. À época, a justificativa era a de que a sua saída poderia atrapalhar o combate à pandemia de Covid-19 em um momento crítico.

Continua após a publicidade

A maior insatisfação dos auxiliares ligados ao MDB era a influência do presidente do Republicanos no Distrito Federal, Wanderley Tavares, nos rumos da Prefeitura de Goiânia, o que mais tarde, em outubro, também gerou a queda de Fabiano Bissoto da Secretaria de Administração.

Nos bastidores, o comentário que se ouve é o de que Wanderley quer ter controle em todos os cargos do primeiro escalão, e causa certo incômodo o fato de a Secretaria de Saúde, uma das principais em termos de recursos, ainda ser comandada por alguém indicado por outra pessoa.

A propósito, uma possível saída de Durval sempre esteve nos radares da cúpula do Republicanos à medida em que a pandemia de Covid-19 perdesse força. Agora, apesar da variante ômicron, há um sentimento de que o trabalho da pasta não seria prejudicado com a troca do titular.

A ofensiva contra Durval teria começado nas últimas semanas de dezembro, com uma intensificação nos primeiros dias de 2022, de acordo com uma das fontes consultadas pelo jornal O Hoje.

O secretário de Saúde estaria, ainda, sofrendo pressão por parte de vereadores, insatisfeitos por supostamente não terem seus pedidos atendidos pelo titular da pasta, mas isso também pode ter o dedo do Republicanos.

Nos corredores da Câmara Municipal, há quem acredite que o secretário de Governo, Arthur Bernardes, que, embora seja filiado ao PSD, é o homem de confiança de Wanderley em Goiânia, tenha escalado alguns parlamentares para pôr em prática essa missão.

O vereador Leandro Sena (Republicanos) afirmou à reportagem que não está ciente sobre esse assunto. “Pelo menos da minha parte, sempre fui muito bem-atendido pelo secretário e acho que ele está desempenhando sua função com competência.”

O jornal O Hoje entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, mas, até o fechamento desta edição, não houve resposta aos questionamentos enviados por e-mail. Por telefone, contudo, a responsável pela assessoria disse que Durval dificilmente daria um posicionamento em relação a “especulações”.

Eleições

A eventual queda do secretário de Saúde tem condições de influenciar as articulações de alianças para as eleições deste ano. Pensando na sua reeleição em 2024, Cruz, no fundo, gostaria de apoiar o governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil). Porém, o Republicanos ainda não definiu um lado.

O problema para o prefeito de Goiânia é que derrubar mais uma pessoa ligada a Daniel, que deve ser o vice na chapa caiadista, pode dificultar as conversas em busca de uma composição desses diferentes grupos na base governista.

Aliás, o próprio Durval já teria demonstrado interesse, ainda inicial, de lançar uma candidatura no próximo pleito. Para isso, ele precisa deixar o cargo até o início de abril, ou seja, sua saída da Secretaria de Saúde tem possibilidade de ocorrer no mesmo momento da reforma dos secretários que serão candidatos.

Veja Também