Sem tempo e com poucas opções, Mendanha ‘quer parecer disputado’

Prefeito de Aparecida de Goiânia tem menos de um mês para definir o partido pelo qual disputará o governo estadual

Postado em: 05-03-2022 às 09h10
Por: Marcelo Mariano
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Prefeito de Aparecida de Goiânia tem menos de um mês para definir o partido pelo qual disputará o governo estadual | Foto: reprodução

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, está sem partido desde o final de setembro do ano passado, quando deixou o MDB por discordar da aliança que determinou o presidente da sigla em Goiás, Daniel Vilela, como pré-candidato a vice na chapa do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

À época, os que se opunham à decisão tomada com tanta antecedência argumentavam que Mendanha teria tempo de sobra para organizar sua pré-candidatura ao Palácio das Esmeraldas e, sobretudo, definir a sua nova legenda.

Agora, porém, ele corre contra o relógio. Conforme apurado, tanto caiadistas quanto emedebistas comemoram o fato de que, no caso das articulações do prefeito de Aparecida de Goiânia, considerado como um dos principais governadoriáveis de oposição, a aliança antecipada não produziu resultados negativos.

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Pela legislação eleitoral, Mendanha tem até o dia 1º de abril para escolher um partido, isto é, seis meses antes das eleições. Ele gostaria de ter batido o martelo em janeiro, mas a negociação com o PL, do presidente Jair Bolsonaro, esfriou. Depois, postergou para fevereiro e, agora, deixará para os últimos momentos.

As opções mais cotadas, por enquanto, são Patriota e Podemos. Outras legendas menores, como Pros e Agir 36 (ex-PTC), também estão no radar. E a cúpula estadual do PL ainda nutre alguma esperança de contar com o prefeito de Aparecida de Goiânia em seus quadros.

Como consequência, a indefinição pode prejudicar seus aliados. A janela partidária, período em que políticos podem trocar de legenda sem correr risco de perder mandato, começou na quinta-feira (3). Mendanhistas, contudo, precisarão esperar um pouco mais para ter segurança quanto ao caminho a ser seguido.

Recentemente, Mendanha abriu diálogo com outros partidos, especialmente PSD Progressistas (PP), e os bastidores passaram a especular novas possibilidades de filiação. Apesar disso, a avaliação é a de que essa é uma estratégia específica do prefeito de Aparecida de Goiânia, com poucas chances de se concretizar.

Durante a primeira sessão na nova sede da Assembleia Legislativa, realizada no mesmo dia em que teve início a janela partidária, um deputado estadual declarou o seguinte à reportagem: “Nenhum político pode passar a imagem de estar sem opções, e Mendanha quer parecer disputado”.

Em outras palavras, o prefeito de Aparecida de Goiânia, na avaliação desse parlamentar, teria estimulado a repercussão sobre as conversas com PSD e PP para dar a impressão de que ele não precisará escolher, mas, pelo contrário, será escolhido.

Embora não descartem apoiar outro postulante ao Palácio das Esmeraldas, ambas as siglas, vale lembrar, estão mais próximas de Caiado. Além disso, elas têm pré-candidatos a senador, e poucas pessoas consideram viável um mesmo partido ocupar duas vagas em alguma chapa majoritária.

Enquanto a aposta do PSD para o Senado é o ex-presidente do Banco Central, ex-ministro da Fazenda e atual secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, o PP tem como objetivo viabilizar o nome do ex-ministro das Cidades e presidente do diretório regional da legenda, Alexandre Baldy.

A propósito, o PP já faz parte do primeiro escalão de auxiliares de Caiado desde outubro de 2021, quando da indicação de Joel Sant’Anna Braga, irmão de Baldy, como titular da Secretaria de Indústria e Comércio (SIC).

Sem pressa para decidir o candidato a senador em sua chapa, o governador, de acordo com o mesmo deputado estadual ouvido pelo jornal O Hoje, adota uma postura semelhante à de Mendanha, ou seja, com vários senadoriáveis de olho na vaga, ele também quer parecer cobiçado. (Especial para O Hoje)

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