Deputado Paulo Trabalho (PL) diz que poder “subiu à cabeça” de Caiado

Paulo Trabalho, ex-aliado do governador, disparou contra o gestor que foi fortemente vaiado em Rio Verde.

Postado em: 26-04-2022 às 08h13
Por: Felipe Cardoso
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Paulo Trabalho, ex-aliado do governador, disparou contra o gestor que foi fortemente vaiado em Rio Verde | Foto: Reprodução

Ex-aliado do governador Ronaldo Caiado (UB), o deputado Paulo Trabalho (PL) não tem medido esforços para desconstruir o capital político do chefe do Executivo em Goiás. Dessa vez, o parlamentar usou as redes sociais para repercutir a recente recepção calorosa do governador no município de Rio Verde, durante passagem do presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Na ocasião, Caido foi fortemente vaiado quando citado como uma das autoridades a compor o palanque. A cena se repetiu quando ele usou a palavra em pronunciamento. Rio Verde — que se destaca como uma cidade predominantemente ruralista — mostrou, na ocasião, que o governador não mais é quisto pelo segmento. 

A antipatia dos produtores passa pelo descompasso do governador em relação ao presidente. Diversas foram as investidas — e todos sabem — do governador contra Bolsonaro ao longo dos últimos tempos. A postura de Caiado, por óbvio, não agradou seus principais aliados. Se a ideia era sair por cima nessa história, as ações mais subtraíram do que somaram e, ao que tudo indica, o eleitorado ruralista decidiu, entre os dois, pelo nome de Bolsonaro. 

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Com isso, Caiado fragmentou parte importante de sua base. O fato de não ter formalizado apoio ao presidente — importante lembrar que no início da gestão eram carne e unha — chateou ainda mais o segmento. O resultado foi entoado em alto e bom som com a aparição de Caiado no sudoeste goiano. 

Indagado pela imprensa sobre o assunto, o governador titubeou: “Não tem nada a ver com goianos. Não eram goianos. Não conhecem Goiás. Não tem significado algum”. Não satisfeito com a resposta do governador, o deputado, que decidiu por Bolsonaro após o racha, considerou a resposta ao questionamento um completo “absurdo”. 

“Mesmo que não fossem [goianos], são pessoas que moram em Goiás, que geram receita, empregos e que contribuem para o desenvolvimento do Estado. O senhor [governador] é que não parece goiano. O povo goiano é acolhedor, educado e grato àqueles que, nascidos ou não em Goiás, contribuem para tornar nosso Estado um lugar melhor para viver”, pontuou em um vídeo divulgado ontem. 

Na interpretação de Trabalho, o poder pode ter “subido à cabeça” de Caiado. “Ele já disse que não precisa dos nossos votos e agora, diz que não se importa com a opinião de quem não nasceu em Goiás. Quem não parece goiano é o governador que se perdeu depois de ter assumido o governo. Lamentável”.

Os comentários, no vídeo que reúne quase 5 mil visualizações, são diversos. Dentre eles, uma internauta ironizou: “Como diz o ditado, podemos fazer nossas escolhas, mas não podemos escolher as consequências das nossas escolhas!”. Outra, emendou: “Ele não vai precisar dos votos de vocês. Lembrem disso”. 

Mas não para por aí. Outros, assim como o deputado, consideram “lamentável” uma expressão desse tipo partir de um político. “Goiano é quem mora e paga impostos em Goiás e, portanto, precisa de um bom governador, não de um que disse que não precisa do nosso voto”, escreveu um terceiro. 

Em entrevista ao O HOJE, o parlamentar justificou seu distanciamento e, agora, oposição ao projeto governista. “A dúvida é: como um governo que teve tanta condição de fazer, não fez? Nunca arrecadamos tantos impostos, nunca se teve tanto dinheiro em caixa. Em contrapartida não vemos obras, não se tem entregas”.

Em outro trecho, Trabalho criticou: “O governador está rodando todo o Estado com o aparato da máquina pública para entregar uniformes, pratos e talheres. Sem contar que não entregou nem 1/3 das policlínicas que prometeu, não reduziu o ICMS dos combustíveis e tantas outras coisas. Hoje o maior inimigo do governador é ele mesmo”.

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