Caiado elogia ação da PF no Rio

Venceslau Pimentel

O senador Ronaldo Caiado (DEM), afastado dos trabalhos em plenário desde que sofreu um acidente ao cair de uma mula, repercutiu ontem a condução coercitiva do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani (PMDB), e a prisão do filho dele, o empresário Felipe Picciani, e do também empresário Jacob Barata Filho, e ainda Lélis Teixeira, ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de passageiros do Rio (Fetranspor).

“Importante demonstrar que a Operação Lava Jato segue sem interferências e cumprindo seu papel”, comentou Caiado em sua rede social. Para ele, é importante demonstrar que a operação segue inabalável, cumprindo mandados e avançando nas investigações”.

Na semana passada, o presidente Michel Temer mudou a cúpula da Polícia Federal. No lugar do diretor-geral Leandro Daiello assumiu Fernando Segóvia, quando foram levantados questionamentos sobre o futuro da Lava jato. Alguns delegados manifestaram descontentamento com a entrada de Segóvia, que teria tido o apoio do PMDB.

A Operação Cadeia Velha, deflagrada pela Polícia Federal, apura a existência de uma organização criminosa que atuava no setor de transportes públicos do Estado do Rio. Além do presidente da Alerg, também foi conduzido para a sede da PF o líder do Governo na Casa, Edson Albertassi (PMDB), que foi indicado pelo governador Luiz Pezão (PMDB) para compor o conselho do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Samba

Também não passou despercebido pelo Ronaldo Caiado o episódio em que o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, aparece, em um vídeo, dançando com sua esposa, no aniversário dela.

Para o senador, a dança de Dirceu soa como escarnio. “Mais cedo falei aqui sobre José Dirceu, condenado no mensalão, mas não precisou cumprir toda a pena”, postou o senador. “Condenado a 32 anos na Lava Jato, samba na cara da sociedade, enquanto recorre. Difícil o brasileiro dormir com mais essa”, comenta.

O petista está em liberdade desde maio do ano passado, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), e desde então cumpre medidas cautelares impostas pelo juiz federal Sérgio Moro, como o uso de tornozeleira eletrônica.

Ele foi sentenciado em duas ações penais da Lava Jato: uma por 20 anos e 10 meses de prisão por corrupção, lavagem e de pertinência a organização criminosa, condenação confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

No segundo processo, Dirceu foi condenado a 11 anos e 3 meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro. “Nunca a frase sambou na cara da sociedade fez tanto sentido. Já tem 32 anos de prisão acumulados na Lava Jato, mas aguarda fora da cadeia até terminar os infindáveis recursos”, salientou Caiado.