Pré-campanha de Marconi Perillo foi marcada por sequência de contradições
Ex-governador garantiu que partido teria candidatura própria à presidência, ao governo e chegou a negar aproximação com a esquerda
O prazo para os partidos realizarem suas respectivas convenções e definir seus candidatos para as eleições de outubro terminou na última sexta-feira (5/8). O período de definição das candidaturas teve início em 20 de julho. A partir deste sábado (6/8), as siglas terão até 15 de agosto para registrar as candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com a chegada do fim do prazo para negociações, as mudanças abruptas de rumo foi o que mais chamou a atenção. Em especial, as do ex-governador Marconi Perillo, do PSDB. Isso porque, quase nada do que foi afirmado pelo tucano se concretizou. A começar pela decisão da cúpula nacional, ainda em junho deste ano.
À época, o partido anunciou publicamente que caminharia com Simone Tebet (MDB). Conforme mostrado pelo O HOJE, a decisão atendeu aos anseios de alguns ao passo em que contrariou outros. Na contramão da vontade de parte dos integrantes da sigla, o partido não lançou — como fazia desde 1989 — candidato à presidência da República. Diferentemente, por sinal, do que foi afirmado pelo ex-governador.
Desde as prévias, o partido caminha rachado. Mesmo depois da disputa interna, que consagrou Dória como candidato, parte dos tucanos se mantiveram resistentes ao nome. Depois de tantos conflitos — paralelos à inexpressividade de seu nome —, Dória recuou.
O firmamento de uma aliança nacional onde o PSDB não teria candidatura própria à presidência fez cair por terra a primeira parte do discurso do ex-governador goiano Marconi Perillo (PSDB). O líder assegurou durante passagem pela Câmara Municipal de Goiânia, há duas semanas, que o partido teria, sim, candidato a presidente e a governador. E mais: descartou qualquer conversa com a esquerda.
Na ocasião, ao ser indagado sobre ambos os assuntos, resumiu: “Essa conversa [de composição com a esquerda goiana] não existe por um motivo muito simples… O PT terá candidato à presidência da República, o PSDB também. O PT terá candidato ao governo de Goiás, o PSDB também”.
Apesar do ex-governador reafirmar que, em Goiás, o tucanato teria um nome na disputa ao Palácio das Esmeraldas — assim também o fez em setembro de 2021 durante visita do ex-senador Arthur Virgílio ao estado —, Marconi retirou seu nome como pré-candidato e decidiu se lançar na corrida ao Senado na última semana.
Antes disso, porém, abriu um amplo diálogo com as forças de esquerda na tentativa de encontrar subsídio para seu nome. Os diálogos, que ora avançaram, ora não, terminam em pizza. Uma aliança onde Marconi Perillo estaria na disputa e teria como vice o candidato petista Wolmir Amado chegou a ser estudada. O nome da Delegada Adriana Accorsi para o Senado também foi cogitado, mas não prosperou.
A união em Goiás não alavancou, mas, não há como negar as tentativas de compor com a esquerda até o último segundo. As costuras foram na contramão do que foi dito em quase todas as oportunidades pelo líder do tucanato. Resta saber qual será o discurso da campanha e se haverão, de novo, contradições no caminho.