PEC da Transição é apresentada ao Senado; Auxílio Brasil deve custar R$ 175 bi em 2023

A previsão é que o Auxílio Brasil tenha um custo de R$ 175 bilhões no próximo ano

Postado em: 16-11-2022 às 22h59
Por: Luan Monteiro
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A previsão é que o Auxílio Brasil tenha um custo de R$ 175 bilhões no próximo ano. | Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) apresentou nesta quarta-feira (16/11) a proposta para a PEC da Transição que deve acomodar o Auxílio Brasil, que voltará ser chamado de Bolsa Família, no Orçamento de 2023. A intenção é permitir a continuidade do pagamento do valor de R$ 600, mais uma parcela extra de R$ 150 para cada criança abaixo de 6 anos. A minuta apresentada pela equipe de transição prevê que o Auxílio Brasil seja excluído do teto de gastos de forma permanente.

Os gastos com o Auxílio Brasil também não serão contabilizados para a meta de resultado primário do ano que vem, nem precisarão seguir a “regra de ouro” (segundo a qual o governo não pode contrair dívida para custear despesa corrente). A previsão é que o Auxílio Brasil tenha um custo de R$ 175 bilhões em 2023.

Outra excepcionalidade criada para o programa de renda é que ele não precisará seguir as regras de criação, aperfeiçoamento e expansão da ação governamental — que incluem, por exemplo, a necessidade de compensar um gasto novo com um abatimento.

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Emendas

A minuta da PEC também abre espaço para que a equipe de transição insira gastos no Orçamento de 2023 pelas emendas do relator-geral. Segundo o texto proposto, o relator poderá apresentar emendas relativas a pedidos da transição e elas não precisarão seguir os limites aplicáveis às emendas orçamentárias. Essas emendas deverão ser classificadas, excepcionalmente, nas rubricas RP 1 (despesa primária obrigatória) ou RP 2 (despesa primária discricionária), em vez de na rubrica RP 9, que identifica as emendas de relator.

O relator-geral do Orçamento de 2023 é o senador Marcelo Castro (MDB-PI), que deverá ser o primeiro signatário da PEC da Transição.

Outras exceções apresentadas na PEC

  • Projetos socioambientais e relativos às mudanças climáticas que sejam custeados por doações;
  • Despesas de universidades federais que sejam custeadas por doações, receitas próprias ou convênios;
  • Investimentos federais em valor referente ao excesso de arrecadação em 2022, limitado a 6,5% do excesso de arrecadação registrado em 2021. Neste caso, a despesa também não seria considerada para o cálculo do resultado primário;

Tramitação

O documento apresentado por Alckmin, que é o coordenador da equipe de transição, não é a proposta que vai tramitar no Congresso. O vice-presidente eleito explicou que ele traz apenas sugestões para compor o texto da PEC. Este será elaborado pelo senador Marcelo Castro após negociação com as lideranças do Senado.

Para começar a tramitar, uma PEC precisa da assinatura de 27 senadores, incluindo o primeiro signatário. Ela deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois pelo Plenário, onde precisa de pelo menos 49 votos favoráveis em cada um de dois turnos de votação. Se for aprovada pelo Senado, ela vai para a Câmara dos Deputados.

Com informações da Agência Senado

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